“Lula é um sujeito de sorte”, diz o Estadão, já se adiantando

Atualizado em 19 de junho de 2023 às 10:46
O presidente Lula – Foto: Ricardo Stuckert

Em editorial publicado nesta segunda-feira (19), o Estadão destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “um sujeito de sorte”. O jornal também ressaltou que está na hora de o chefe do Executivo aproveitar a sorte para fazer escolhas certas.

Em um recente programa da Central Globo News, Merval Pereira ironizou as afirmações de Mônica Waldvogel e Eliane Cantanhêde, que minimizaram os efeitos da gestão do petista atribuindo os números positivos da economia brasileira à “sorte”​​. “Se continuar nessa toada, vai ser difícil apenas falar que o Lula é sortudo”, disse.

Vale destacar também que as projeções para a inflação de 2023 e 2024 tiveram uma nova queda. O IPCA estimado para este ano teve sua quinta redução consecutiva, passando de 5,42% para 5,12%. Já a previsão para 2024 acumulou o terceiro recuo seguido, indo de 4,04% para 4,0%.

Confira alguns trechos:

Lula da Silva é um sujeito de sorte, não há como negar. Eleito para seu terceiro mandato na Presidência da República quando o ponteiro da bússola econômica mundial apontava para um período de recessão longo e penoso, ele chega ao fim do primeiro semestre de governo diante de uma nova realidade. A recessão não saiu do radar, mas vem sendo postergada, para alívio geral, especialmente nas duas economias de maior peso: Estados Unidos e China.

Impossível avaliar agora a duração desse desafogo, mas o simples fato de estar ocorrendo já é suficiente para revisar para cima expectativas para a nossa economia. (…)

A conjuntura interna – a despeito dos atropelos políticos que colocam na berlinda o modus operandi de Lula versão 3 – apresenta avanços importantes, como a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto do arcabouço fiscal e a apresentação do relatório preliminar da reforma tributária. São medidas imprescindíveis para estabelecer um eixo norteador do desenvolvimento econômico. (…)

Sorte é ótimo. Mas de pouco adianta se não vier acompanhada das escolhas certas. Nos últimos anos o País foi “governado” (aspas necessárias) por Jair Bolsonaro, um dos presidentes mais despreparados da história – e, para piorar, azarado, pois enfrentou uma pandemia e uma guerra. Mas, como ensina Maquiavel, o bom governante é aquele capaz de montar estratégias (virtù) para não ficar à mercê das circunstâncias (fortuna). Por indolência, Bolsonaro não teve virtù e viu-se atropelado pela fortuna. Espera-se que Lula tenha aprendido com Maquiavel e Bolsonaro que não se deve governar contando somente com a sorte. (…)

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