Em meio a uma crise contínua na região explorada pela mineradora Braskem, mais um evento sísmico foi registrado na noite de sexta-feira (1°), com a Defesa Civil de Maceió reportando um tremor de magnitude 0,39 a 330 metros de profundidade. A área, que já havia experimentado mais de mil eventos sísmicos entre 19 e 24 de novembro, permanece em alerta máximo, com a possibilidade de um colapso iminente.
“Três sensores instalados na região do antigo campo do CSA continuam apresentando alertas de movimentação. O sensor da cavidade 18 registrou aproximadamente 11,4 cm nas últimas 24 horas, com velocidade média de movimentação vertical de 1 cm/h”, declarou a Defesa Civil.
A mina nº 18, localizada no bairro Mutange, está em risco iminente de colapso, com um deslocamento vertical acumulado de 1,43 metros desde 21 de novembro. A preocupação com a formação de uma cratera na área persiste, e os bairros circundantes, como Mutange, Pinheiro e Bebedouro, foram isolados, com evacuações em andamento.
Ainda na sexta, uma equipe da Defesa Civil Nacional esteve presente, após o reconhecimento da situação de emergência em Maceió pelo Governo Federal. Recursos serão disponibilizados para apoiar a população afetada.
O presidente da Defesa Civil Nacional, Waldez Góes, destacou a prontidão para auxiliar Alagoas e afirmou: “Estamos com todo o nosso aparato de prontidão para auxiliar Alagoas em caso de necessidade”. As autoridades continuam monitorando a situação, com a preocupação de um possível colapso eminente.
A região já experimentou o deslocamento de solo devido à exploração de sal-gema pela Braskem, utilizado na indústria química. A empresa está colaborando com as autoridades e tomando medidas para minimizar o impacto. A situação, que se arrasta desde 2018, intensificou-se recentemente, com múltiplos tremores de terra e riscos significativos de colapso.
Desde então, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados desde o início dos abalos na região. O Mutange já estava completamente esvaziado, e a evacuação passou para bairros vizinhos, como Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro.
O empresário Thiago Monteiro, morador de um dos prédios do Pinheiro, teve de deixar o imóvel assim que recebeu a primeira mensagem da Defesa Civil.
“Eu estava no trabalho e recebi o SMS. Como meu filho já está de férias, ele estava em casa só com a funcionária. Resolvi pegá-lo e vim para casa da minha mãe. Fiquei com receio por conta de ser no Mutange, que fica próximo. Se o colapso for grande pode desestruturar uma boa parte do terreno aqui na região, não sabemos. Se acontece algo, não dá pra chegar tão rápido em casa. E o trânsito já está bem complicado”, disse ele.
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