Advogada conta o que Mamãe Falei fez a estudantes secundaristas de Curitiba

“Vocês são todas gostosas, se me acharem bonito é só chegar; posso beijar todas as meninas” (Arthur Moledo Val, o “Mamãe falei”, a ESTUDANTES ADOLESCENTES, EM 2016, dentro de Colégio Estadual, em Curitiba)

Atualizado em 6 de março de 2022 às 15:06
Arthur do Val, O Mamãe Falei, e Tania
A advogada Tânia Mandarino e Arthur Moledo Val, o “Mamãe falei”, na audiência de instrução no Juizado Especial Cível em Curitiba. Fotos: Arquivo pessoal e reprodução de vídeo

Julguem-no somente pelo que ele fez.

Em 19 de outubro de 2016, uma estudante secundarista de 17 anos de idade, a quem passarei a chamar de Karol (nome fictício) estava nas dependências do Colégio Estadual do Paraná, quando observou que um homem filmava, de forma ofensiva e provocativa, a ocupação dos estudantes, da qual ela participava.

Karol e seus colegas, em sua maioria adolescentes, orientaram o provocador que cessasse a captação de imagens, pois eram menores de 18 anos e suas imagens não deveriam ser captadas ou divulgadas, pedindo que o homem se retirasse do local.

Além de não atender o pedido dos estudantes, o provocador permaneceu no local, proferindo palavras de baixo calão. Com a câmera desligada, ele tinha um comportamento, com a câmera ligada, outro.

Umas das graves ofensas proferidas pelo delinquente foi dizer às estudantes, que ali estavam, palavras chulas e de conotação sexual, tais como: “vocês são todas gostosas, se me acharem bonito é só chegar; posso beijar todas as meninas”.

Ele era apenas o dono de um canal no Youtube, chamado “Mamãe Falei”, que vivia de provocações políticas e outras baixarias que eram práticas constantes no MBL, movimento financiado pelos políticos da vez que melhor patrocinem os mercenários conservadores, oscilando, ora com Bolsonaro, ora com Sérgio Moro, mas sempre com o verniz nazistificado, inconfundível.

Seguindo com seu comportamento delitivo, o homem, que se chamava Arthur Moledo Val, e contava, então, com 30 anos de idade, ainda segurando a câmera e filmando, porém, sem enquadrar a imagem em seu vídeo, passou a mão pela lateral do seio e a cintura de Karol, que tinha 17 anos de idade.

Nesse momento, as pessoas presentes ao local, afastaram o homem dali, colocando-o para fora do estabelecimento de ensino, momento em que Karol, acompanhada por sua irmã e por um advogado que estava no local, decidiu se dirigir até uma delegacia, para fazer registrar a ocorrência.

Como naquele dia a Polícia Civil do Paraná estava em greve, a Delegacia da Mulher, que fica logo ao lado do local dos fatos, recebeu Karol para o registro da ocorrência. Se dizendo agredido, o Mamãe Falei também adentrou a Delegacia da Mulher e exigiu registrar um boletim de ocorrência.

Durante sua permanência naquela delegacia, ele transmitia ao vivo em seu canal, fazendo uso de palavras desrespeitosas, que distorciam a verdade dos fatos e debochavam da instituição de polícia, que é a Delegacia da Mulher.

Matéria sobre o episódio foi publicada pelos Jornalistas Livres, da qual se destaca:

(…) Neste momento ele começou a assediar. No cordão de isolamento quando ele empurrava as meninas, empurrava pelos seios. Nós estávamos simplesmente protegendo o prédio”, diz L.

Não bastasse o assédio físico, Arthur assediava verbalmente menores de idade dizendo coisas como: “linda, me dá um beijo”, “gostosa”.

LEIA MAIS:

1 – Ucrânia recusa negociações com Rússia e Putin avança tropas, diz Kremlin
2 – “Preciso de munição, não de carona”, diz Zelensky aos EUA
3 – Ucrânia: enfrentamento local, razões globais. Por Gilberto Maringoni

(…) Faziam perguntas estúpidas como: ‘o que você faria se o MST invadisse sua casa?’ Ele virava a câmera [ocultando o rosto] e mandava beijinhos para as meninas.

(…) Como não conseguiu forçar sua entrada, continuou com sua estratégia. “Ele ficou agressivo e provocativo, em um momento falou que me achou uma gracinha, falei ‘cara, me respeita tenho noivo’, mas ele falou ‘vai dizer se você fosse solteira, você não ficava comigo?’”.

Na delegacia, o advogado que acompanhava Karol denunciou o fato como estupro de vulnerável, mas, por determinação da autoridade policial de plantão, tipificou-se o crime, no Boletim de Ocorrência, como importunação ofensiva.

Para continuar lendo a matéria, clique no link que leva para o site VioMundo. A reportagem mostra vídeos e documentos sobre o caso.