“Amarrar na cama é uma violência que só quem passou sabe. Médicos dizem ser normal”: professor relata sua experiência

Atualizado em 1 de outubro de 2021 às 8:10
Para o professor Lenilson de Mello, o procedimento feito por médicos é uma "violência"
Paciente amarrado a cama de hospital. Foto: Divulgação

Pelo Twitter, o professor Lenilson de Mello relatou sua experiência com truculência de médicos. Ele cita agressões de profissionais de saúde e o procedimento de amarrar o paciente na cama, por exemplo.

Em 2008, conta, teve uma crise psiquiátrica após a morte do pai. Foi agredido por um outro paciente e os enfermeiros o imobilizaram. “Mas me deixaram a madrugada toda amarrado na cama com o nariz sangrando e pingando sangue para a garganta”. Ficou 16 horas com a respiração dificultada.

“Nunca compartilhei isso publicamente. Mas diante de absurdos recentes em espaços médicos, resolvi comentar. Amarrar na cama é uma violência que só quem passou sabe. Ainda mais sangrando”, critica.

Segundo ele, “é uma prática largamente adotada ainda hoje em hospitais psiquiátricos públicos e particulares”. Cita duas unidades que utilizam o protocolo: a Clínica da Gávea e Saint Roman, no Rio. “Os enfermeiros inventam motivos quando precisam. Mais amarrados, menos trabalho”.

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Agressões e “revista padrão” de médicos

O professor ainda relatou dois outros casos de violência médica. No unidade de saúde da Gávea, ele relata que foi revistado por profissionais de saúde que o mandaram tirar as calças e a cueca.

“Desconfiavam que uma paciente lá que conversava muito comigo tinha entrado com um celular, o que é proibido”, conta. “Não havia nada. Ele mandou eu me agachar nu para ver se saia celular do meu *. Nada. Humilhação”, prossegue.

Lenilson diz que conversou com a diretora da unidade, mas ela relatou ter sido apenas uma “revista padrão”. Na mesma instituição, posteriormente, foi agredido por um enfermeiro.

“Dia seguinte, meu olho amanheceu roxo. Reclamei com Dra. Ana Simões. Resultado? Ela conversou com o enfermeiro no dia seguinte, após uma reclamação da minha mãe. O enfermeiro disse que eu estava surtando. E que o olho roxo era só porque eu teria caído no chão. Era mentira. Mas ela preferiu acreditar (mais uma vez) no enfermeiro e não no paciente”.

No caso, ele afirma que os profissionais “preferiam ignorar lógica básica”.