O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC exibirá nesta sexta-feira (3) o filme Marighella, que retrata os últimos anos do ativista, tido como “inimigo número 1” da ditadura civil-militar (1964-1985). A exibição do filme, dirigido por Wagner Moura, terá na plateia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Fernando Haddad, a neta do ex-combatente Maria Marighella, que atua no filme, parte do elenco e outras lideranças políticas.
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As atividades começam às 17h, em São Bernardo do Campo. O evento será aberto ao público, entretanto, os lugares são limitados de acordo com a capacidade do local e também em respeito aos protocolos sanitários contra a covid-19. A exibição se realiza na antevéspera do aniversário de Carlos Marighella, nascido em 5 de dezembro de 1911, em Salvador.
“Não existe democracia ou construção da cidadania sem conhecer a história; sem reverenciar aqueles que lutaram pela democracia e pelos direitos hoje conquistados pela classe trabalhadora e pela sociedade”, afirma o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
“Marighella representa um desses companheiros que se insurgiram contra a ditadura. Contra o golpe militar, contra aqueles que queriam impedir que, de fato, vivêssemos uma democracia. Contra interesses que não eram do cidadão comum ou dos que pretendiam construir sua vida sob a proteção de um Estado que lhe garantisse esses direitos”, completa.
Wagnão, ao chamar os interessados para o evento, defende que a democracia é um valor humano e deve ser defendido de todas as formas. “É por isso que exibiremos o filme, porque ele retrata o período em que pessoas corajosas se insurgiram para defender os direitos que temos hoje. É nesse sentido que convidamos companheiros e companheiras que queiram reverenciar não só este companheiro, mas todos os anônimos, inclusive muitos metalúrgicos e metalúrgicas que lutaram pelo direto de estarmos aqui falando e escrevendo livremente, pela democracia plena que vai muito além de poder escolher um representante.”
O longa passou por duras provas para conseguir ser exibido no país. A data de estreia estava programada para o dia 20 de novembro de 2019, Dia da Consciência Negra. No momento, o Brasil atravessava o primeiro ano de mandato do governo Bolsonaro, defensor da ditadura.
Contudo, o filme chegou às salas apenas neste ano, após uma sequência de tentativas de boicotes e censura. A interferência de Bolsonaro na Agência Nacional do Cinema (Ancine) aconteceu sob ameaças de fechamento do órgão.
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