Michelle e Damares querem visitar venezuelanas após Bolsonaro dizer que ‘pintou um clima’ com meninas

Atualizado em 16 de outubro de 2022 às 16:35
Damares Alves e Michelle Bolsonaro. Foto: Sérgio Lima/Poder360

Com objetivo de minimizar o impacto negativo das declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) devem visitar as venezuelanas que vivem em São Sebastião, no Distrito Federal, mencionadas pelo mandatário em entrevista a um podcast. A informação é da Folha de S.Paulo.

Amplamente acusado nas redes de pedofilia e prevaricação, o presidente da República afirmou que viu “menininhas” bonitas venezuelanas “de 14, 15 anos” e que “pintou um clima”, ao citar um encontro com refugiadas realizado no último ano.

“Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado, numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, ‘posso entrar na tua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, [em um] sábado de manhã, se arrumando —todas venezuelanas”, disse na entrevista.

“E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida. Você quer isso para a tua filha, que está nos ouvindo aqui agora? E como chegou neste ponto? Escolhas erradas”, declarou.

O depoimento de Bolsonaro repercutiu nas redes sociais; no sábado (15), a expressão “Bolsonaro pedófilo” entrou nos assuntos mais comentados do Twitter.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo (16), exigindo que o caso seja investigado. “O caso é gravíssimo e necessita de explicações do presidente da República. Necessita que o presidente da República explique e responda o que quis dizer com ‘pintou um clima'”, afirmou o parlamentar à Folha.

Segundo a campanha de Bolsonaro, ao utilizar a expressão “pintou um clima”, Bolsonaro quis “sugerir, em linguagem clara, direta e voltada para o povo, que as meninas, lamentavelmente, devido à penúria financeira de que são vítimas, com reflexos de degradação sexual, estariam à procura de possíveis clientes.”

Campanha de Bolsonaro tem investido em anúncios no Google para esconder o episódio. Foram desembolsados cerca de R$ 166 mil para impulsionar três anúncios no Google que dizem que o presidente não é pedófilo.

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