O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou que pretende viajar aos Estados Unidos e a Israel antes da posse, que ocorre no dia 10 de dezembro. Em entrevista à “Rádio Mitre”, de Buenos Aires, ele afirmou que vai visitar Miami e Nova York antes de partir para Tel Aviv.
Ele alegou que essas viagens terão um objetivo mais espiritual do que econômico ou político. Os destinos, no entanto, refletem sua intenção de criar novos canais diplomáticos. Milei já havia declarado que não queria se relacionar com países que considera “socialistas”, como China, Brasil e Rússia.
A economista Diana Mondino, cotada para assumir o Ministério das Relações Exteriores no governo Milei, foi questionada sobre a tradição diplomática entre Brasil e Argentina, de visitar o país vizinho após ser eleito, mas fugiu da resposta. Ela disse apenas que o presidente Lula já foi convidado para a posse.
O petista não deve participar da cerimônia, no entanto, conforme antecipou Celso Amorim, assessor de Assuntos Internacionais do Governo Federal. Ele citou os ataques de Milei, que chamou o presidente brasileiro de “comunista” e “corrupto”, para justificar a possível recusa do mandatário.
“Eu não sei quem vai representar o Brasil. Creio que ele [Lula] não irá. Pelo que eu conheço do presidente, tendo sido objeto de ofensas pessoais, é muito difícil ele ir. Independentemente de outros convites que o presidente eleito Milei tenha feito, eu acho que ele não deve ir”, afirmou Amorim à GloboNews.
Lula parabenizou o novo governo argentino em publicação nas redes, mas não citou diretamente Milei após sua vitória nas eleições. Ele também não conversou diretamente com o presidente eleito do país e Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), afirmou que o mandatário só deveria conversar com ele depois de uma ligação “para pedir desculpa”.