
A jornalista da Globo News Mônica Waldvogel admitiu, na noite de sexta-feira (25), durante o programa “Em Pauta”, que o ex-juiz da Lava Jato e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos), era suspeito ao julgar os casos da operação.
“Em vários momentos houve claramente um conluio entre o Ministério Público e o juiz, combinando operações da Polícia Federal, combinando delações, combinando procedimentos“, afirmou Mônica.
O programa debatia a condenação do procurador Deltan Dallagnol por conta do seu criminoso “powerpoint” que associava Lula a diversos delitos não provados e fazia um apanhado sobre a ascensão e a queda da operação Lava-Jato na opinião pública. Enquanto comentava o vazamento das mensagens entre Moro, Dallagnol e outros procuradores, conseguido pelo The Intercept Brasil, a jornalista Mônica disse: “Dallagnol, na conversa com procuradores, buscando influenciar ministros do Supremo, buscando fazer investigações que não eram devidas à primeira instância de Curitiba”.
“Todo esse conjunto acabou no STF com a suspeição do juiz Sergio Moro e, com isso, os processos foram todos caindo. Sem falar nas várias delações (premiadas) que não tiveram comprovação”, completou a profissional da Globo News. Assista ao vídeo abaixo.
VÍDEO IMPORTANTÍSSIMO
Mônica Waldvogel, na GloboNews, reconhece com todas as letras a suspeição de Sérgio Moro. Como se diz na internet, cambalhota da terra plana pic.twitter.com/Wx3puMslmk— Alberto Carlos Almeida (@albertocalmeida) March 26, 2022
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Mônica Waldvogel lembrou que nem sempre as delações premiadas eram comprovadas
A jornalista da Globo News relembrou, ainda, no programa Em Pauta desta sexta (25), que quando o então juiz Sergio Moro passou a utilizar “à exaustão” o instrumento da delação premiada, pouca gente conhecia e “abusos” começaram a “provocar desconfiança”. “Todo mundo estranhou, ninguém conhecia aquele instrumento. Mais tarde, foi comprovado que em vários momentos o instrumento foi forçado. Quer dizer, o delator entregava coisas que não conseguia comprovar para conseguir se livrar da prisão”, lembra Mônica.
Ela afirmou, também, que os advogados de defesa dos réus da operação Lava Jato passaram a denunciar a prática “de que os delatores estavam sendo coagidos e de que havia um abuso do poder do Ministério Público e do juiz em acatar aquelas delações que nem sempre eram provadas. Tudo isso começou a provocar uma desconfiança”.