Numa democracia minimamente funcional, Moro e Dallagnol já estariam presos. Por Jeferson Miola

Atualizado em 4 de novembro de 2021 às 18:51
Veja Dallagnol e Moro
Deltan Dallagnol e Sérgio Moro. Foto: AFP

O jornalista Jeferson Miola escreve sobre o ex-juiz e o ex-procurador que se lançaram recentemente na política. Moro e Dallagnol deixaram explícito que queriam perseguir Lula e o PT, por razões inclusive eleitorais. Do blog do autor.

LEIA MAIS:

1 – Foto de Lula acompanha moradores de rua enquanto dormem

2 – Mercado cansa de Bolsonaro e ensaia retirada de apoio ao governo

3 – Partido de Ciro Gomes, PDT trai oposição e apoia PEC de Bolsonaro

O que deveria acontecer com Moro e Dallagnol?

Sérgio Moro e Deltan Dallagnol dispensaram os disfarces – os pessoais e os da organização criminosa que montaram.

O ex-juiz já o tinha feito bem antes – ainda em 2018, em plena eleição presidencial, quando forjou a divulgação ilegal da delação fraudada de Palocci em troca da indicação para o STF. O cargo de ministro de Bolsonaro seria um trampolim – para o STF ou, talvez, para alguma ambição política maior.

O agora ex-procurador também até ensaiou sair da “clandestinidade” para assumir o caminho político em 2018, mas finalmente decidiu fazê-lo para a eleição de 2022.

Mesmo protegidos e incensados pela Rede Globo e mídia hegemônica, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol nunca conseguiram enganar todo mundo o tempo inteiro.

Estes agentes da extrema-direita escondiam por detrás dos cargos de juiz federal e procurador da República a real causa que perseguiam e a verdadeira Nação a que serviam.

Para a consecução das diretrizes concebidas em Washington em detrimento dos interesses e da soberania brasileira, eles promoveram aquilo que ficou mundialmente convencionado como o maior escândalo de corrupção judicial da história.

Fizeram do Brasil uma terra arrasada. Colapsaram o sistema político, destruíram as instituições e enterraram a já duvidosa credibilidade do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal.

Desmancharam a economia e a engenharia nacional, arruinaram empresas e empregos de milhões de trabalhadores e colocaram o país nos trilhos do fascismo.

impeachment fraudulento da presidente Dilma não teria sido concretizado sem a aliança da gangue de Curitiba com Cunha, Temer, Aécio, FHC, partidos golpistas, juízes, magistrados do TRF4, ministros do STF, setores empresariais, rentistas, latifundiários, fundamentalistas religiosos, mídia e militares.

Sem a prisão ilegal do ex-presidente Lula, materializada no contexto da monstruosa farsa jurídica conduzida por Moro e Dallagnol e defendida no twitter do general Villas Bôas, seria impensável a eleição de Bolsonaro pelas mãos do “partido dos generais”.

Aliás, a conexão entre a Lava Jato e a cúpula militar neste empreendimento antipetista é um ponto obscuro da história recente que ainda precisa ser melhor desvelado.

Moro e Dallagnol corromperam o sistema de justiça, que é a maior de todas as formas de corrupção. Eles ameaçam a democracia; são incompatíveis com o Estado de Direito.

Em qualquer democracia minimamente funcional Moro e Dallagnol já teriam sido sujeitados ao devido processo legal que eles próprios espezinharam e já estariam condenados e presos.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link.

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link.