Mourão deixa Bolsonaro falando sozinho e opta por silêncio

Atualizado em 25 de fevereiro de 2022 às 18:22
Imagem do vice-presidente Hamilton Mourão em frente à bandeira do Brasil.
“Brasil acima de tudo”, disse Mourão sobre provocações de Bolsonaro

Na noite desta quinta-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão por declarações a respeito da invasão da Ucrânia pela Rússia. Pela manhã, Mourão disse que o Brasil não é neutro no conflito e não concorda com a invasão do território ucraniano. Ele também comparou as ações de Putin às de Hitler antes da Segunda Guerra Mundial.

Em live no Instagram ao lado do Ministro das Relações Exteriores, Carlos França, Bolsonaro disse, sem mencionar o nome de Mourão, que não é competência do vice falar sobre esse assunto.

“Deixar bem claro: o artigo 84 diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso — e falou mesmo, eu vi as imagens — está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa”, declarou o presidente.

Apesar das provocações, a posição de Mourão é de que Bolsonaro deu apenas sua opinião pessoal, e que estão tentando criar intrigas entre ele e o presidente da República.

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Mourão desautorizado

Nesta quinta, o partido Republicanos anunciou a filiação de Mourão, que pretende disputar a eleição deste ano como candidato a senador pelo Rio Grande do Sul.

Pela manhã, ele foi questionado por repórteres sobre a crise entre Rússia e Ucrânia, ao que respondeu:

“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”.

Apesar da ordem de silêncio em relação aos conflitos, Mourão mantém a posição de que, se não for parado com o uso da força, Putin vai tentar invadir outros países, assim como fez Adolf Hitler em 1938. Para ele, sanções econômicas contra a Rússia são insuficientes.

Essa não é a primeira vez que Mourão é desautorizado publicamente por Bolsonaro, mas sempre manteve o mesmo tom desde o início do governo. Numa ocasião, quando um assessor lhe perguntou por que ele não respondia a Bolsonaro, ele respondeu apenas: “Brasil acima de tudo”.

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