Mourão faz as ‘pazes’ com Bolsonaro mirando 2022

Atualizado em 23 de setembro de 2021 às 20:42
Mourão
Mourão – Foto: Reprodução

Se você encontrar Hamilton Mourão nos corredores de Brasília, tenha certeza que vai vê-lo tranquilo. Em paz. O vice-presidente tem seguido normalmente com a sua agenda. Conversa com aliados, realiza suas obrigações e conversa sobre vários assuntos. Menos do comportamento de Bolsonaro.

De 2019 até o fim do mês passado, ele nunca deixou de falar o que estava pensando. Por muitas vezes criticou o presidente. Reclamou de ser deixado de lado. E até buscou independência e protagonismo. Tanto que alguns bolsonaristas suspeitaram a intenção dele aplicar um golpe no chefe do executivo.

Só que Mourão se diz fiel. E também comentou com aliados que Bolsonaro tem fiéis eleitores. Apoiar o impeachment, por exemplo, seu final seria igual de Temer. Detestado pela esquerda e sem qualquer prestígio na direita. E o vice-presidente quer se manter na política.

Em agosto, foi chamado pelo presidente para conversar. Os dois conversaram e colocaram na mesa todas as suas insatisfações. Bolsonaro confessou que não pretende levar o general da reserva para ser candidato a vice novamente. Tem discutido nomes, dando preferência ao Centrão.

Mourão também admitiu que não quer mais ser vice. A experiência, na opinião dele, não foi das melhores. Ele acredita que pode acrescentar muito mais ao país e quer ter independência. Por conta disso, seu objetivo é disputar o Senado em 2022.

Sendo assim, eles fecharam um acordo: não se atacam mais publicamente e nos bastidores. Tentam ao máximo manter um discurso parecido. E, no ano que vem, Mourão receberá o apoio de Bolsonaro e vice-versa.

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Mourão se cala sobre a ONU

Com o acordo, Mourão se tornou uma nova pessoa em relação aos comportamentos de Bolsonaro. O vice acompanhou atentamente o discurso do presidente e simplesmente não fez nenhum comentário. Apenas disse para alguns aliados que Jair Messias foi coerente com as convicções dele.

Quando cercado por jornalistas, ele preferiu ficar em silêncio. Seguiu realizando seus afazeres e evitou falar da ONU. Nem mesmo o teste positivo da Covid do ministro da Saúde foi capaz de mudar o novo vice-presidente do Brasil. Resta saber se ele continuará assim até o ano que vem.