O mundo civilizado escolheu Lula. Por Aloizio Mercadante

Atualizado em 13 de dezembro de 2021 às 8:20
Veja Lula
Lula na Argentina. Foto: Ricardo Stuckert

Aloizio Mercadante, ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), do PT, escreve sobre a recente viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Argentina.

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O mundo civilizado e Lula

A passagem do ex-presidente Lula pela Argentina marca um ato histórico para a América Latina. O grito de guerra “Eeeee vamos a volver, a volver a volver. Vamos a volver!”, entoado por 250 mil pessoas que tomaram conta da Plaza de Mayo, na última sexta-feira (10), expressa a força de um movimento que vem tomando conta de todo o mundo civilizado, que é a importância da liderança de Lula para o Brasil, para América Latina, para o planeta e para o futuro da humanidade.

A dimensão histórica desse ato, com a presença do ex-presidente Pepe Mujica, da ex-presidenta Cristina Kirchner e do presidente Alberto Fernández, remete ao legado dos governos progressistas na América Latina. Transcende ao tempo em que o nosso continente viveu o melhor momento de sua história, com respeito à soberania e à autodeterminação dos povos, mas também com integração regional e econômica e atuação em bloco na defesa de temas comuns para os nossos povos.

O meu sentimento, que é a impressão de alguém que acompanhou de perto essa passagem de Lula pela Argentina, mas que também viu ele ser recebido pelas principais lideranças da Europa, como o presidente francês Emmanuel Macron, pelo chanceler alemão Olaf Scholz e pelo presidente Pedro Sánchez, é de que há convergência sobre a necessidade de um novo modelo de governança global. E, neste caso, Lula tem, reconhecidamente, um papel fundamental para reposicionar a relação do Brasil e da América Latina com outras nações em outro patamar.

O primeiro grande tema que está na agenda do Concerto das Nações é a emergência climática, a redução da emissão de gases do efeito estufa e a preservação do meio ambiente, temas debatidos a fundo na COP26. O avanço nessa questão envolve as negociações sobre um fundo de 100 bilhões de dólares, prometidos pelas nações mais ricas para ajudar países em desenvolvimento contra o aquecimento global.

Outro tema de relevância é a transição digital, em um cenário no qual 90% das informações do mundo estão nos Estados Unidos e na China, e os desafios do impacto dessa mudança no mundo do trabalho. A falta de uma regulação global e o uso, especialmente pela extrema direita, de estratégias de disseminação em massa de campanhas do ódio e de fake news têm gerado instabilidade nas democracias em todo o mundo.

Além disso, se coloca na agenda das nações a pauta do enfrentamento da desigualdade e de concentração de renda. Os 10% mais ricos possuem 76% do patrimônio do planeta. Esse número dá a medida do quanto o capitalismo financeirizado chegou ao limite e de que é preciso a implementação de novos modelos de desenvolvimento.

O avanço de todo o planeta nessas agendas depende desse novo modelo de governança global que mencionamos e o mundo civilizado e democrático escolheu Lula como um dos líderes globais desse processo, o que aumenta ainda mais a responsabilidade sobre o nosso projeto. Lula é a única liderança brasileira recebida por chefes de estado, como o presidente Macron, e aclamado pela militância, como ocorreu na Plaza de Mayo, apesar de toda a divergência histórica entre Brasil e Argentina antes da chegada dos governos progressistas nesses países.

Por isso, Lula é a ponte para a construção de um mundo mais generoso, mais solidário, mais comprometido com os valores dos direitos humanos, da cidadania e da preservação do meio ambiente, com mais justiça social e com uma cultura de paz. Como disseram nossos irmãos argentinos, em um grito que estará para sempre em meu coração: “Vamos a volver!”

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