Na presidência do G20, Brasil quer fundo anual de US$ 79 bilhões contra a fome

Atualizado em 27 de fevereiro de 2024 às 7:26
As mãos de um homem segurando uma tigela vazia. Foto: reprodução

Na recente reunião em Brasília, o grupo técnico da presidência brasileira no G20 delineou uma estratégia robusta para financiar a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, com três linhas de ação cruciais, conforme informações do jornal O Globo.

A primeira linha destina-se a um fundo anual de US$ 79 bilhões (equivalente a R$ 393,48 bilhões), alinhado com uma estimativa do Banco Mundial para impulsionar iniciativas nesse campo. A segunda aborda a implementação de uma “debt swap”, trocando dívidas por investimentos, enquanto a terceira visa aprimorar as condições de acesso a créditos e financiamentos.

Essas propostas serão agora submetidas à análise da Trilha de Finanças e da Trilha de Sherpas, órgãos responsáveis pelos debates econômicos e pela coordenação dos líderes do G20, composto pelas 19 nações mais ricas do mundo, além da União Europeia e da União Africana. No total, 54 delegações, bem como fóruns e organizações internacionais, participaram das discussões sobre o tema.

Para garantir recursos para esse fundo, estão sendo consideradas alternativas como contribuições dos países ricos e uma possível tributação global sobre as camadas mais abastadas.

Além disso, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, destaca a proposta brasileira de reforma da governança global, visando mudanças no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial. Ele aponta que essas alterações podem resultar em taxas de juros mais baixas e menos contrapartidas para financiar os países mais pobres.

Brasil quer levar desigualdade social e impostos para a mesa de discussão do G20 - TV Pampa
G20 Brasil 2024. Foto: reprodução

A Aliança Global adotará uma abordagem baseada em experiências comprovadas que foram bem-sucedidas no combate à fome e à pobreza, abraçadas pelos países-membros.

Estes países serão divididos em três grupos: os mais desenvolvidos, que cumprirão suas próprias metas e ajudarão outros; um segundo grupo, que atingirá suas metas, mas precisará de apoio para auxiliar outros países; e, por fim, os países menos desenvolvidos, que necessitarão de assistência para alcançar suas metas.

O foco do ministro Wellington Dias, em sintonia com a agenda do G20, é angariar apoio para a Aliança Global. Ele busca não apenas sugestões, mas também uma adesão efetiva a partir de julho.

A transferência de renda, exemplificada pelo Bolsa Família, é considerada uma das estratégias mais eficazes no combate à fome e à pobreza. A discussão agora se concentra na possível aplicação de condicionalidades, semelhantes às do programa brasileiro, e na inclusão de programas voltados para merenda escolar e qualificação profissional.

“Estamos trabalhando para que os países ou fóruns participem da fase de construção. Por que um país recebe um prato feito e é obrigado a participar? Entre julho e novembro, queremos ter o maior número de países com adesão”, afirmou o ministro, ressaltando que essa será a medida de sucesso da Aliança.

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