No governo Bolsonaro, Forças Armadas deixaram de atender Terra Yanomami em sete ocasiões

Atualizado em 4 de fevereiro de 2023 às 17:01
crianças yanomami desnutridas
Indígenas Yanomami sofrem com a desnutrição – Reprodução

Durante os quatro anos de governo de Jair Bolsonaro (PL), as Forças Armadas deixaram de combater o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami ou tiveram uma atuação insuficiente em pelo menos sete ocasiões, o que enfraqueceu as ações da Polícia e contribuiu para que a atividade criminosa crescesse na região.

A Folha de S.Paulo ouviu fontes que atuam diretamente em ações de tentativa de desmobilização de garimpeiros, consultou documentos enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao MPF (Ministério Público Federal) e analisou decisões judiciais, o que resultou na identificação de sete situações envolvendo os militares que, por fim, favoreceram a permanência do garimpo na terra yanomami, que fica em uma região de fronteira com a Venezuela.

Foram elas:

– O fornecimento de aeronave para uma operação na terra yanomami no ano passado somente mediante custeio pela PF;
– Negativa de fornecimento de aeronave em uma segunda operação em 2022;
– Negativa de fornecimento de aeronave em uma terceira operação em 2022;
– Recusa de solicitação de monitoramento do espaço aéreo nos moldes especificados pela PF;
– Cobrança pela utilização da base militar na região de Surucucu, onde a crise de saúde foi mais grave;
– Falta de apoio logístico para retomada de região de Homoxi, local onde garimpeiros tornaram inviável o uso de pista de pouso indígena e atearam foto em unidade de saúde;
– Falta de controle do tráfego aéreo de Roraima e de intercepção de aeronaves supostamente usadas no garimpo.

No último dia 20, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou estado de emergência em saúde pública na terra Yanomami, destacando casos de mais urgência, que têm relação com a desnutrição grave e a malária.

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