
Desde que chegou em Nova York no último domingo (19), Jair Bolsonaro não teve paz. Foi recebido por um protesto na entrada do Hotel Intercontinental Barclay e teve de entrar pela porta dos fundos do imóvel. Depois disso, atos contra o presidente ocorreram todos os dias.
Os atos têm sido organizados pelo grupo Defend Democracy in Brazil, que mobiliza brasileiros desde o golpe de Dilma, em 2016. Daniel Mucida, que participa das manifestações e acompanha o grupo há alguns anos, falou com o DCM.
Segundo ele, os manifestantes “são poucos, mas são barulhentos”. De fato. Bolsonaro e Marcelo Queiroga sentiram o efeito das mobilizações.
Ontem (20), o ministro da Saúde se descontrolou com os manifestantes e até mostrou o dedo do meio para os que estavam no protesto. Mais cedo, nesta terça (21), o presidente também mostrou que sentiu. Ele xingou os brasileiros, chamando-os de “meia dúzia de acéfalos”.
“O objetivo das manifestações é denunciar tanto a parte ambiental, legado tenebroso do governo dele, quanto como eles lidaram com a pandemia, a corrupção no governo”, diz Daniel.
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“Não são só bolsonaristas os imigrantes brasileiros que vivem aqui”, diz Daniel sobre Nova York
Segundo Daniel, existe uma “certa adesão” de americanos aos protestos contra o presidente. Esse número, conta, era maior no período em que os brasileiros protestavam contra o impeachment de Dilma. “Na época do golpe tinha muito mais gente participando e unificaram o protesto contra o Trump”.
Mesmo com o número reduzido, ele argumenta que é importante haver protestos na região do Tri-State (Nova York , Nova Jersey e Connecticut), que votou massivamente em Bolsonaro em 2018. Foram 64,21% no primeiro turno em NY e 76,39% no segundo.
Daniel relata que nas últimas eleições, bolsonaristas moradores de Nova Jersey ameaçaram quem estava indo votar em Manhattan e usava “camiseta do Lula, do PT ou vermelha”.
“É importante ter esse tipo de protesto para mostrar que não são só bolsonaristas os imigrantes brasileiros que vivem aqui”, avalia.