O ‘Gol do Século’ teve a ajuda de Sobrenatural de Almeida

Atualizado em 18 de novembro de 2012 às 10:10

A habilidade no taekwondo ajudou, mas a sorte foi mais decisiva no tento de Ibrahimovic

O gol acrobático de Ibrahimovic

Ladies & Gentlemen:

“O Gol do Século”. É assim que muita gente está definindo o quarto gol de Ibrahimovic no prélio entre Suécia e Inglaterra. Foi um gol extraordinário, é certo. Ibrahimovic se valeu de sua perícia no taekwondo contou com muita sorte: era para algum zagueiro interceptar a bola depois da semibicleta que ele aplicou, torto.

Supernatural – o Boss me fala sempre do personagem criado por um escritor para explicar os acasos do futebol, Sobrenatural de Almeida – estava no estádio.

Mas Gol do Século? Se sim, como chamar o gol que Maradona, o pequeno trapaceiro, fez contra minha Inglaterra em 1986? Gol do Milênio? Maradona driblou uma série de jogadores com o dobro de sua estatura na arrancada que deu de antes do meio de campo rumo ao nosso gol.

Chamo a atenção para duas coisas. Primeiro, ali não houve sorte nenhuma. Supernatural ficou ausente. Foi genialidade numa dose brutal. Depois, era um jogo de Copa do Mundo, uma semifinal. Uma coisa é você fazer um grande gol num amistoso, como foi o caso de Ibrahimovic. Outra, bem mais complexa, é estufar majestosamente a rede inimiga em jogo decisivo de Copa do Mundo.

Por causa do gol de Ibrahimovic, outros grandes gols têm sido lembrados, além do de Maradona. Talvez você tenha algum na cabeça, e queira compartilhar conosco, no Diário. Eu ficaria honrado, sincerely.

Me chamou a atenção que ninguém tenha citado o que, para mim, é o Gol dos Dois Milênios. Vi-o inúmeras vezes na tevê, e jamais deixei de admirá-lo a cada exibição.

Foi Pelé, aos 17 anos, na final da Copa da Suécia, em 1958, contra os próprios suecos. Mais uma vez: uma final de Copa, e um garoto franzino que ainda não podia tirar carteira de motorista. A bola sobra na área, e o zagueiro adversário, forte como um viking, se precipita para ela, para lançá-la na arquibancada.

Pelé chega uma fração antes, e aplica um hat no inimigo. Antes que a bola quique, e alguém tenha a chance de tirá-la da área, ele arremata. Como no caso de Maradona, Supernatural não se manifestou. O que se manifestou foi uma realeza futebolística que jamais seria repetida.

Eu ia falar de um gol simplesmente incomparável de meu heroi Francis Lee, na gloriosa temporada de 1967-68 em que meu Man City foi campeão, mas peço desculpa por não conseguir ir adiante por causa da chuva que subitamente desabou sobre meus olhos.

Scott

TRADUÇÃO: ERIKA K. NAKAMURA

Nota da tradutora – O Scott tem lido os comentários através do tradutor do google, ele lamenta ainda não estar totalmente seguro para responder diretamente aos leitores, mas pede para dizer que está muito feliz com a repercussão de sua coluna.