“O povo palestino não é o Hamas”: Padre Júlio responde carta de “sionistas de esquerda”

Atualizado em 7 de novembro de 2023 às 15:42
Padre Julio Lancellotti durante ato pró-Palestina na Paulista. Foto: reprodução

O padre Júlio Lancellotti reagiu à carta dos grupos sionistas Coletivo Judias e Judeus Sionistas de Esquerda e Partido Meretz Brasil, em áudio exclusivo enviado ao DCM nesta terça-feira (7). O líder religioso foi criticado por participar de um ato pró-Palestina no domingo (5), e, em resposta, disse que se os defensores do estado de Israel “fossem de esquerda, não teriam uma visão tão deturpada como estão tendo”.

Lancellotti fez questão de separar o que é um cidadão palestino do que é um membro do Hamas. “O povo palestino não é o Hamas, o Hamas é um grupo terrorista e não é o povo palestino. As crianças que morreram na Palestina não são terroristas, nem os médicos, nem os enfermeiros. Assim como as crianças israelenses não são imperialistas e tem que ser defendidas. Criança é criança”, explicou.

No domingo, ele esteve na Paulista ao lado de lideranças como Thiago Ávila, socioambientalista, e Rodrigo Jalloul, xeque do Centro Islâmico da Penha. Na ocasião, entre as dezenas de manifestações, críticos de Israel levaram cartazes que associavam a Estrela de Davi, que representa a comunidade judaica, à suástica, que representa o movimento nazista.

A nota dos sionistas tentou associar a presença de Lancellotti aos simbolismos categorizados por eles como antissemitas. Na conversa com o DCM, Júlio respondeu que ele “não estava com a bandeira do Hamas e nem com o cartaz com uma estrela de Davi e a suástica. Isso é visão deturpada e viciada dos sionistas de esquerda”.

Ele acrescentou que reivindica o mesmo que os autores das críticas: “Liberação dos reféns, ajuda humanitária e cessar-fogo. Nenhuma coisa diferente disso”.

Um dos líderes do movimento sionista de esquerda no Brasil, que assinou o documento contra Julio Lancellotti, Michel Gherman é professor de sociologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, recentemente, fugiu de um debate na PUC-RJ após ser questionado por alunos. Gherman se levantou e saiu andando. Depois inventou que “olhou o fascismo nos olhos”. 

Durante o protesto, o padre afirmou que Israel, “além de ser um Estado assassino, é um estado covarde que diz que é direito de defesa”. Ele ainda criticou o governo sionista explicando que “direito de defesa não é matar, não é ser covarde, ser assassinos como estão sendo. Graças a Deus nem todos os judeus e nem todos os israelitas comungam e apoiam esse governo assassino, esse governo que mata e destrói o povo palestino”.

Veja o pronunciamento do padre Julio Lancellotti no ato pró-Palestina: 

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