‘O zero dois do Exército está do nosso lado’, diz empresário alvo da PF sobre Braga Netto

Atualizado em 13 de setembro de 2023 às 23:16
General Walter Braga Netto. Foto: Reprodução

Mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) indicam que o general Walter Braga Netto está envolvido no caso do superfaturamento de coletes à prova de balas durante uma intervenção federal no Rio de Janeiro, em 2018. Com informações do Estadão.

A comunicação interceptada sinaliza que o ex-vice da chapa de Jair Bolsonaro recebeu lobistas e teria prometido “dar uma força” para viabilizar contratações superfaturadas e sem licitações. As conversas foram recuperadas do celular do empresário e coronel Gláucio Octaviano Guerra no aeroporto de Dulles, na Virgínia.

O empresário, que mora nos Estados Unidos, é sócio da CTU Security LLC, empresa de equipamentos de segurança que foi contratada pelo Gabinete da Intervenção Federal no Rio para fornecer coletes balísticos.

Braga Netto teve os sigilos telefônico e telemático quebrados no âmbito da Operação Perfídia, deflagrada na terça-feira (12) pela PF. O general não foi alvo de buscas, mas é investigado.

A operação apura suspeita de crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais.

“Estive em um almoço na sexta passada com o general Braga Netto e comentei sobre a liberação dos coletes de proteção balística para a Polícia do RJ, em estudo nessa Casa Civil da PR [Presidência da República]. Ele disse que iria dar uma ‘força’ junto ao senhor para atender ao que pleiteamos”, disse o general Paulo Assis em diálogo, por e-mail, com o responsável pelo contrato dos coletes.

Print do e-mail enviado pelo general Paulo Assis em que afirma que Braga Netto prometeu dar uma “força”. Foto: Reprodução

Guerra compartilhou o print com o irmão, o ex-auditor fiscal Glauco Octaviano Guerra, e afirmou que o “02 do Exército Brasileiro, que foi o interventor federal, está do nosso lado”, referindo-se a Braga Netto. As conversas foram obtidas inicialmente pelo serviço de imigração dos EUA.

As mensagens ainda indicam que Braga Netto também teria recebido o coronel Robson Queiroz Mota em um jantar organizado em sua casa, em Brasília, em março de 2020.

“O Queiroz é o intendente do negócio, o cara que organiza as compras, o que faz as operações de orçamento, entendeu?”, afirmou Guerra em uma das mensagens.

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