A vida ensinou que Olavo nunca teve razão. Por Tiago Barbosa

Atualizado em 25 de janeiro de 2022 às 18:04
Foto de Olavo de Carvalho em uma live no YouTube. Atrás dele há uma estante de madeira com livros.
Ex-guru de Bolsonaro desdenhou da pandemia e defendia agenda reacionária. Foto: Reprodução / YouTube

Nenhuma estupidez surge e prospera sem uma base teórica sob a qual os idiotas e se reconhecem, unem e legitimam.

Olavo de Carvalho semeou essa imbecilidade coletiva ao captar e tornar o ressentimento de uma massa infeliz, miserável e brutalizada em matéria-prima da alienação.

Estabeleceu um método eficaz e perigoso de cooptação diante da ausência de massa crítica flagrante entre os discípulos.

Reduziu a realidade a uma simplificação imbecilizante filtrada por uma ideologia de ódio excitado tanto pela mobilização eterna contra um inimigo imaginário como pela defesa de valores hipócritas.

Essa combinação permitiu insuflar idiotas úteis contra o delírio do “comunismo” e pela preservação da “família-judaica-cristã-ocidental” – mesmo quando representada por milicianos, corruptos e criminosos.

A cartilha olavista instituiu o desprezo ao raciocínio e à reflexão como canal para o conhecimento e enalteceu a adesão servil e fanática como condição ao bolsonarismo.

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Olavo de Carvalho desdenhou da pandemia e defendeu cartilha reacionária

O paradoxo fermentou o desejo de eliminar o outro e aprofundou a intolerância contra a diferença e a divergência.
Ficaria no anedotário dos falsos intelectuais não fosse o uso político de suas teses escatológicas para sustentar um projeto de poder genocida e corrupto.

“Vírus mocoronga”, suposto vírus”, “a pandemia é história de terror da mídia” são apenas evacuações verbais recentes do astrólogo na pandemia.

Fica na história como guru de um movimento extremista de degeneração social, moral, cultural e política em um país ainda sem maturidade suficiente para se prevenir contra vermes dessa lavra.

Fez mal. Pregou a mentira. Exaltou a monstruosidade. Negou a ciência – e sucumbiu à própria ignorância.

Olavo nunca teve razão.

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