Guedes se sente abandonado por Bolsonaro, mas se recusa a pedir demissão: “Vai ter que me mandar embora”

Atualizado em 7 de outubro de 2021 às 21:01
Paulo Guedes isolado
Paulo Guedes não quer pedir demissão

Paulo Guedes foi isolado depois do escândalo dos offshore em paraíso fiscal. E o ministro da Economia está revoltado com o abandono. O principal alvo das reclamações tem sido o presidente Bolsonaro. Na visão dele, o governante brasileiro não tem feito nada para protegê-lo.

Conforme apurou o DCM, o economista tem dito para pessoas próximas que a pressão está enorme em todo dele. E que a classe política quer tirá-lo do cargo. Para piorar, outros ministros também já pediram ao presidente que derrube o chefe da pasta econômica o mais breve possível.

E Bolsonaro optou pelo silêncio. Não se interessa em conversar com Guedes sobre o tema. E sua base resolveu não defender com afinco o ministro. Basta ver que nenhuma hashtag foi levantada nas redes sociais sobre o assunto. Paulo percebeu que é um “morto vivo” no governo.

Ele recebeu o conselho para entregar o cargo e voltar para a iniciativa privada. Porém, o ministro não quer dar o braço a torcer. Avisou que enfrentará a situação de frente e apenas sairá se for demitido. “Vai ter que me mandar embora”, teria dito para interlocutores.

Leia mais:

1 – Bolsonaro pede que imprensa chame Biden de genocida e crava: “Não tô criticando”

2 – Processo que investiga Ronnie Lessa no assassinato de Marielle é suspenso

3 – Paulo Coelho diz que Moro deveria ver série sobre juíza condenada por ser parcial

Bolsonaro não sabe o que fazer com Paulo Guedes

A cabeça de Guedes foi pedida inúmeras vezes pela classe política. Bolsonaro sempre bancou. Demitir o ministro seria a prova da incompetência do seu governo, na opinião do presidente. Então resolveu segurá-lo.

Só que o escândalo do offshore virou insatisfação até de outros ministros. E até familiares de Bolsonaro não querem mais Paulo no governo. O enxergam como um “falastrão” que não sabe o que fazer para recuperar a economia.

O presidente quer esperar mais um pouco para ver os desdobramentos do caso. E não esconde que há um pouco de esperança da parte dele para que o ministro peça demissão.