PF diz que Polícia Civil do RJ sabotou as investigações do caso Marielle

Atualizado em 27 de março de 2024 às 0:14
Marielle Franco de camiseta preta e turbante roxo, falando em microfone e gesticulando, com expressão séria
Marielle Franco foi morta em 2018 – Reprodução/Agência Brasil

A Polícia Federal revelou em seu relatório final sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes uma série de deficiências na investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Essas falhas, ao longo de seis anos, impediram a identificação dos mandantes do crime, conforme destacado pelos investigadores federais.

De acordo com a Folha de S.Paulo, a PF aponta a atuação da Polícia Civil como central em sua análise. Rivaldo Barbosa, então chefe da corporação fluminense, é apontado como um dos arquitetos do crime, tendo supostamente garantido a impunidade aos mandantes antes mesmo do assassinato ocorrer.

Tanto Rivaldo quanto o delegado Giniton Lages, responsável pela investigação no Rio, negam envolvimento no crime. No entanto, ambos enfrentaram ações judiciais recentes, com Rivaldo sendo preso e Lages sendo alvo de busca e apreensão.

Giniton Lages em pé com expressão séria
Giniton Lages é o responsável pela investigação na Polícia Civil do Rio sobre o assassinato de Marielle – Foto: Ian Cheibub/Folhapress

Ronnie Lessa, ex-PM e executor confessado do crime, apontou Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes, o que resultou em suas prisões recentes. A delação de Lessa, homologada pelo STF, trouxe novos rumos para a investigação.

A PF destaca várias falhas na investigação da Polícia Civil, incluindo falta de análise de imagens de câmeras de segurança, uso de denúncias duvidosas, erros na orientação de testemunhas, entre outros. Essas falhas comprometeram a obtenção de provas cruciais logo após o crime.

As falhas na investigação resultaram na perda de oportunidades importantes, como depoimentos de testemunhas-chave que já faleceram e a impossibilidade de encontrar evidências físicas, como munições descartadas. Com o passar dos anos e a sequência de falhas, o caso Marielle se tornou um “cold case”, dificultando a produção de provas conclusivas sobre os autores e motivações do crime.

A defesa de Rivaldo negou qualquer envolvimento com o crime, enquanto a Polícia Civil anunciou a abertura de um inquérito para investigar a conduta dos envolvidos no caso.

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