PF investiga se Braga Netto arregimentou os “Kids Pretos” para o golpe de Bolsonaro

Atualizado em 26 de março de 2024 às 0:09
General Walter Braga Netto. Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) está investigando se o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto (PL), tentou recrutar militares das Forças Especiais do Exército, os “Kids Pretos”, para contribuir com a intentona golpista promovida pelo bolsonarismo após a derrota nas eleições. Com informações do Estadão.

Pelo que está sendo apurado, Braga Netto faria parte de grupos responsáveis por incitar e influenciar militares a aderirem ao golpe. Uma reunião realizada no apartamento do então ministro da Casa Civil, em Brasília, em 12 de novembro daquele ano, é considerada crucial para as investigações.

Durante o encontro, discutiram-se valores para financiar hospedagem, alimentação e materiais de manifestantes bolsonaristas, incluindo militares. A PF procura identificar os participantes presenciais e por videoconferência, incluindo Maria Aparecida Villas Bôas, esposa do ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que teria participado online.

Mensagens obtidas pela PF durante a investigação mostram que o tenente-coronel Mauro Cid, envolvido na Operação Tempus Veritatis e na época ajudante de ordens de Bolsonaro, organizou protestos no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) em 15 de novembro de 2022.

Ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Foto: Divulgação

Cid ainda ofereceu suporte financeiro e logístico para os manifestantes, incluindo R$ 100 mil para despesas com hospedagem, alimentação e materiais, além de orientar a vinda de pessoas do Rio de Janeiro. Além disso, a PF identificou um segundo encontro em Brasília, cujo objetivo era recrutar militares favoráveis ao plano golpista.

O coronel Bernardo Romão Correa Neto, em mensagem no WhatsApp, mencionou que a reunião seria apenas para as Forças Especiais. Suspeita-se que esse encontro tenha servido para redigir uma carta para pressionar o então comandante do Exército a aderir ao golpe após a eleição de Lula.

Durante os depoimentos prestados no mês passado, o ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, general Estevam Theóphilo, e seu assistente, coronel Cleverson Ney Magalhães, foram questionados pela PF sobre a reunião.

Theóphilo negou participação, enquanto Magalhães alegou que foi apenas uma “confraternização informal”. O general foi apontado pela PF como o “responsável operacional” por recrutar as Forças Especiais do Exército para prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF, mas, em depoimento, afirmou não estar ciente do plano.

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