PF investiga se campanha de Tarcísio forjou ‘atentado’ em Paraisópolis (SP) para favorecê-lo nas eleições

Atualizado em 23 de outubro de 2023 às 8:18
O então candidato ao governo de SP Tarcísio de Freitas (Republicanos) busca abrigo após tiroteio na favela de Paraisópolis. Foto: Reprodução/GloboNews

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é alvo de um inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF), iniciado no mês de junho, que visa esclarecer um possível crime eleitoral ocorrido durante um evento de campanha em 2022, que foi interrompido por um tiroteio em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista.

A investigação tem como foco determinar se a equipe de Tarcísio divulgou uma versão falsa alegando que o então candidato foi vítima de um atentado. Essa ação supostamente visava impulsionar sua popularidade perante o público e obter benefícios eleitorais. A informação foi divulgada pelo Estadão.

A assessoria do governador emitiu uma nota, afirmando que o caso já foi analisado pela Justiça Eleitoral, que concluiu que “não houve interferência política eleitoral no incidente” e, portanto, não há motivos para uma investigação adicional pela PF.

Na portaria que autorizou o inquérito, o delegado Eduardo Hiroshi Yamanaka determinou a investigação de qualquer possível violação do Código Eleitoral e “outras que possam surgir ao longo da investigação”.

Polícia desmente versão de atentado contra Tarcísio em Paraisópolis
Tarcísio deixa local após tiroteio. Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com aliados de Tarcísio, o texto da portaria abre a possibilidade de o inquérito ser utilizado para investigar qualquer fato que possa surgir durante a investigação, mesmo que não tenha relação com a denúncia original.

A denúncia que originou o inquérito se baseia em reportagens que afirmam que o ex-cinegrafista da emissora Jovem Pan, Marcos Vinícius Andrade, teria sido pressionado por assessores do bolsonarista a apagar filmagens que supostamente mostravam seguranças da equipe de campanha atirando contra o homem que morreu no tiroteio, possivelmente para simular um atentado falso.

As primeiras diligências da PF, realizadas em agosto, concluíram que “em nenhum momento o governador mencionou um atentado, descrevendo o incidente como um ‘ataque’ e não atribuindo a ele qualquer motivação política ou partidária” em suas redes sociais.

O governo de São Paulo também lembrou que, em 17 de outubro, a Justiça Eleitoral realizou um julgamento sobre o incidente em Paraisópolis e, após manifestações do Ministério Público, depoimentos de testemunhas e coleta de provas, concluiu de forma unânime que o incidente se tratou de um problema policial, sem qualquer interferência política ou eleitoral.

A decisão mencionada pela administração paulista se refere a uma ação distinta, na qual Tarcísio foi acusado de utilizar bens da União em benefício de sua campanha, devido à presença de seu ex-assessor, Danilo Campetti, que é policial federal, no evento eleitoral. O agente foi fotografado no local do tiroteio com distintivo e arma da PF. No entanto, a denúncia foi rejeitada pelo judiciário.

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