Plano golpista de Bolsonaro tinha apoio do GSI, que forneceria equipamentos para espionar Moraes

Atualizado em 2 de fevereiro de 2023 às 11:29
Bolsonaro e Moraes – Foto: Igor Estrela/Metrópoles

O plano de Jair Bolsonaro (PL) de tentar anular o resultado das eleições, impedir a posse do agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e permanecer no poder, contou com o apoio do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e de dois militares “cinco estrelas”.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) revelou à revista Veja detalhes do plano golpista arquitetado pelo ex-chefe do Executivo e chefiada pelo agora ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), preso nesta quinta-feira (2). 

O parlamentar participou de uma reunião com Bolsonaro e Silveira no dia 9 de dezembro do ano passado. Na ocasião, Silveira disse que o senador era de confiança e que o ex-capitão podia contar sobre o plano que “salvaria o Brasil”. Caberia a do Val a tarefa de gravar Alexandre Moraes, caso aceitasse a missão, uma vez que já conhecia o ministro a um bom tempo.

Do Val, no entanto, questionou como a tarefa seria feita. Por sua vez, o ex-presidente disse que já tinha acertado com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que daria o suporte técnico à operação, fornecendo os equipamentos de espionagem necessários.

No dia seguinte, por mensagem, Silveira disse ao senador que “a coisa toda era tão sigilosa que nem o Flávio saberá”, se referindo ao filho do presidente, Flávio Bolsonaro. “Estarei em QAP até o comando do 01 para irmos até lá”, acrescentou. No jargão policial, QAP significa “na escuta”.

O ex-deputado ainda lembrou que “o conteúdo” captado seria utilizado exclusivamente para pautar a “ação” que já estaria “desenhada e pronta para ser implementar”. Após a reunião com Moraes, na qual o senador contou com detalhes ao magistrado o plano de Bolsonaro, do Val respondeu Silveira: “Irmão, vou declinar da missão”. O ex-parlamentar disse: “Entendo, obrigado”.

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