Podcast: “Ou você para os bloqueios, ou vai pra cadeia”, disse Moraes a diretor-geral da PRF em 2022

Atualizado em 31 de julho de 2023 às 23:12
Alexandre de Moraes, do STF, e Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou ao Silvinei Vasques, então diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que liberasse as estradas no dia do segundo turno da eleição presidencial, que aconteceu em 30 de outubro do ano passado. A ordem foi dada para garantir o direito das pessoas de se deslocarem e votarem, e caso não fosse cumprida, o diretor poderia ser preso. “Ou você para os bloqueios, ou você vai para a cadeia”, teria dito o ministro. 

As fala de Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao ex-diretor-geral da PRF foram divulgadas pelo podcast “Alexandre”, uma parceria da Revista Piauí com a Trovão Mídia. O primeiro episódio, intitulado “Na jugular”, narra a atuação do ministro no dia do segundo turno da eleição presidencial, quando a ordem de liberação das estradas foi emitida.

Naquele dia, a PRF abordou 619 ônibus até às 17h, mais do que o dobro em relação ao primeiro turno, onde foram parados 297 veículos desse tipo. Metade das ações ocorreu nos estados do Nordeste, região onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve o maior número de votos nos dois turnos. Segundo o podcast, o ministro teria dado 20 minutos para que Silvinei ordenasse o fim das operações, caso contrário, ele seria preso em flagrante “por desobediência e crime eleitoral”.

De acordo com documentos obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI), o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, viajou à Bahia em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) seis dias antes do segundo turno das eleições presidenciais. A viagem tinha o objetivo de tratar dessas operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Silvinei Vasques foi exonerado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro na reta final de seu mandato, em 20 de dezembro. Ele é réu por improbidade administrativa desde o final de novembro por pedir votos para o chefe do Executivo durante a corrida eleitoral e é investigado por fazer uso do cargo para apoiar bloqueios ilegais realizados por bolsonaristas inconformados com o resultado das eleições nos dias seguintes às eleições.

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