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Por que os ativistas das bicicletas pedalam um dia sem roupa

A principal razão é: chamar a atenção da sociedade para a importância de estimular o ciclismo.

Chuva não deteve ativistas em São Paulo

 O Diário é um entusiasta da bicicleta. Com sua alma escandinava, o Diário sonha com o dia em que as cidades brasileiras serão almas gêmeas de Copenhague, a deslumbrante capital das bicicletas. Um bravo grupo de ativistas está liderando o caminho, em circunstâncias complicadas.

O Diário os saúda em seu pioneirismo visionário. Toda grande metrópole do mundo poderá ser medida, no futuro, pelo número de bicicletas que circularem por suas ruas. No calendário ciclístico brasileiro e internacional, ontem foi uma data magna.

Para despertar a atenção para as bicicletas, ativistas em várias partes tiraram as roupas para marchar na Pedalada Pelada, ou Naked Bike Ride.

O Diário se junta aos manifestantes e traz o relato da ciclista Rachel Schein, publicado originalmente no site Vádebike. Rachel cobriu, para o site, a Pedalada Pelada de São Paulo. 

A chuva que caía em São Paulo – e que não deu trégua em todo o percurso – não desanimou os manifestantes da Pedalada Pelada (ou World Naked Bike Ride).

Com o nome de Pedalada Pelada, o objetivo da manifestação é chamar a atenção para a situação de fragilidade e quase invisibilidade do ciclista no país, tanto por parte dos motoristas como pelo poder público. A edição brasileira é uma versão da manifestação internacional World Naked Bike Ride.

Rachel

Várias razões levam as pessoas a participar da Pedalada Pelada, seja aqui ou lá fora: reivindicar melhores condições para o uso das bicicletas nas cidades, denunciar o descaso e a omissão do poder público, promover a visibilidade dos ciclistas, denunciar as guerras por petróleo, celebrar o corpo e a bicicleta, estimular reflexões sobre a cultura do automóvel, alertar sobre os perigos do aquecimento global e outras mais.

Nus ou seminus, os manifestantes costumam pintar os corpos com frases de efeito, passando cada qual sua mensagem.

Por causa da chuva em São Paulo, muitos ciclistas infelizmente não conseguiram chegar a tempo de acompanhar o grupo. Ainda assim, cerca de 200 pessoas saíram da Praça do Ciclista e circularam pelos Jardins e Vila Madalena, passando por avenidas como 9 de julho e Faria Lima e atraindo a atenção de muita gente que estava nas ruas, de forma descontraída.

Policiais escoltaram os ciclistas até parte do percurso. Ao contrário do que acontecia até o ano de 2011, a polícia não reprimiu ninguém. No estacionamento do Shopping Iguatemi, o grupo gritava: “Mais peladão, menos ostentação”.  Na Vila Madalena, algumas esquinas foram tomadas durante minutos. Bicicletas foram erguidas e os gritos “você ai parado, vem pedalar pelado” se misturavam com o barulho e a música dos bares.

Florianópolis também teve sua Pedalada Pelada

Durante a concentração, a equipe do programa Pânico tentou gravar entrevistas na praça e foi duramente repreendida. Tinta vermelha que era usada pra pintar os ciclistas foi jogada na “panicat” Ana Paula Minerato.

Segundo o UOL, a assessoria de imprensa de Ana Paula disse que ela ficou “muito chateada” e que o Pânico não estava ali para “zoar” (SIC) a manifestação. “Eles queriam entrevistar as pessoas e até iriam andar de bicicleta. Uma louca chegou perto da Ana Paula e fez isso”.

Vá de Bike entrevistou a ciclista que jogou tinta na “panicat”, Leticia Shimoda, e ela nos pareceu bastante sã. Letícia disse o seguinte:

“A bicicletada pelada tem a proposta de dar visibilidade para o ciclista, para que as pessoas vejam que não é só carro que está na rua. Mas a gente chega aqui e vê que tem uma emissora de TV que se aproveita de pessoas que vieram debaixo de chuva com uma proposta legal. Ficam usando a gente como cenário para gravar um programa que só vai reforçar preconceitos e padrões superestereotipados e ainda mais machistas com mulheres que já sofrem no pedal. A gente sempre reforça que as mulheres estão em luta contra esses preconceitos, e aí chega gente com uma proposta babaca que vai ganhar dinheiro em cima de um movimento que devia ser político”.

Diario do Centro do Mundo

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