Professor nega que tenha pedido desculpas a deputada bolsonarista: “É preciso fazer política”

Atualizado em 16 de junho de 2023 às 0:16
José Geraldo de Souza falando e gesticulando
Professor José Geraldo de Souza – Reprodução

Nesta quinta-feira (15), o professor de direito da Universidade de Brasília (UnB) José Geraldo de Souza Junior enviou uma carta à deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC) e à comissão da CPI do MST para desmentir a informação de que tenha desrespeitado a parlamentar.

A polêmica começou o professor rebateu uma fala da política do Partido Liberal dizendo que não poderia discutir com ela porque ela só enxerga aquilo que “já tem escrito na sua cognição” e a deputada afirmou que se sentiu ofendida e que ele estava debochando dela com “categoria acadêmica”.

Ao UOL, ele afirmou que não quis questionar a capacidade intelectual da parlamentar, como internautas disseram ao compartilharem o vídeo do momento: “Eu tenho intenção de estabelecer aquilo que é a nossa luta histórica de ter um parlamento onde as diferentes concepções de mundo possam ser debatidas. Tratei a todos e fui tratado com respeito e consideração”.

Participando da CPI, José Geraldo de Souza falou aos deputados os motivos que fizeram com que o Superior Tribunal de Justiça considerasse a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra como algo legal, mesmo quando existem ocupações. Isso tornou inviável que integrantes da comissão criminalizem o movimento.

Nesse caso, se enquadra Caroline, que atacou o MST dizendo que seus líderes praticam crime ao ocupar terras e manter trabalhadores camponeses dependentes da organização. O ex-reitor da UNB, então, respondeu dizendo que a parlamentar não enxerga fatos que estejam fora de sua “cosmovisão”: A senhora vai ver não o que existe, mas o que a senhora recorta da realidade”.

“Fui surpreendido por uma repercussão que torna incidente no diálogo que mantive com ela uma indisposição de entendimento que está longe de mim. Mantenho todo o respeito que sua atuação parlamentar merece, mas que evidentemente traduz contraposições entre concepções de mundo, de sociedade, de justiça e de direito”, explicou ele.

Souza ainda disse que não pede desculpas porque não teve intenção de ofender, mas expressa respeito e lamenta que essa polêmica tenha repercutido mais que o essencial do debate: “É preciso fazer política, construir um projeto de sociedade, resgatar a dignidade da política. É preciso manter a intercomunicação, a troca civilizada de pontos de vista e a possibilidade de criar um espaço para fazer circular os argumentos”.

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