Promotora afastada do caso Marielle fez campanha para Bolsonaro e tietou deputado que atacou vereadora

Atualizado em 26 de julho de 2023 às 12:21
Carmen Eliza Bastos de Carvalho – Foto: Reprodução

Carmen Eliza Bastos de Carvalho, uma das promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que investigaram o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, é simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 1º de janeiro de 2019, Carmen publicou uma imagem da transmissão da posse de Bolsonaro como presidente da República e afirmou que “há anos” não se sentia “tão emocionada”. Meses antes, quando o ex-capitão foi eleito, ela celebrou afirmando que acabou o “cativeiro esquerdopata.”

Ela participou da entrevista sobre o caso Marielle na qual integrantes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) disseram que o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra mentiu sobre ter ligado, a pedido de Élcio Queiroz, suspeito da morte da vereadora Marielle, para a casa da família de Jair Bolsonaro. A imparcialidade de Carmen, no entanto, passou a ser questionada.

Após a repercussão negativa da foto em que aparece vestindo uma camiseta com a imagem do então candidato e o escrito “Bolsonaro presidente”, Carmen pediu afastamento das investigações do assassinato da vereadora. Ela também posou em fotos ao lado do então deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), que ganhou fama após rasgar uma placa com o nome de Marielle.

Carmen Elisa também postou foto ao lado do hoje deputado Rodrigo Amorim, que quebrou uma placa de Marielle na campanha — Foto: Reprodução/Instagram
Carmen Eliza e Rodrigo Amorim – Foto: Reprodução

Na época, ela explicou que decidiu voluntariamente se afastar do caso Marielle e Anderson “em razão das lamentáveis tentativas” de macular sua atuação “séria e imparcial”. Segunda ela, tratou-se de “verdadeira ofensiva de inspiração subalterna e flagrantemente ideológica, cujos reflexos negativos alcançam o meu ambiente familiar e de trabalho”.

O caso Marielle não foi o único do qual ela pediu afastamento. Em 2021, Carmen também pediu para deixar o inquérito que investigava suposto crime de falsidade ideológica cometido pelo senador Flávio Bolsonaro, na época, filiado ao Republicanos.

Na ocasião, a apoiadora do ex-chefe do Executivo alegou que, depois de analisar a investigação contra Flávio, “concluiu pelo acerto do pronunciamento dos três promotores eleitorais” pelo “arquivamento do inquérito policial”.

Segundo nota do MP, os promotores entenderam que não houve crime do senador. Com essa interpretação do caso, o MP informou que Bastos pediu para que outro promotor eleitoral fosse designado para o caso.

Vale destacar também que, além de ter apoiado a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro, Carmen Eliza Bastos foi madrinha de casamento da advogada de Flávio Bolsonaro.

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