No interior de SP, servidoras foram enganadas para ir a evento político com Doria

Atualizado em 24 de setembro de 2021 às 10:55
João Doria no evento PSDB Mulher no último sábado (18)
João Doria no evento PSDB Mulher no último sábado (18). Foto: Divulgação

Cerca de 30 funcionárias da Secretaria Municipal de Assistência Social de Ourinhos (interior de SP) foram levadas a um evento do PSDB sem saber. O evento era do PSDB Mulher e teve como protagonista João Doria.

Um servidor ligado à prefeitura afirmou ao DCM que não foi dito a elas que seria um encontro do partido. “A fala é que iriam em uma reunião para mulheres empoderadas”, disse a fonte, sob condição de anonimato.

As funcionárias foram ao WTC Events Center, no Brooklin Novo (bairro de classe alta paulista) em um ônibus exclusivo para elas. Estiveram no evento a secretária Municipal de Assistência Social, Viviane Barros, e a gerente do expediente da secretaria, Joyce Leocadio. Algumas das que foram ao encontro sabiam do que se tratava, mas a maioria, não, segundo o servidor.

Viviane, a secretária municipal de Assistência Social, e Joyce, gerente de expediente. Foto: Reprodução

Enquanto isso, conta o servidor que denunciou o caso, a secretaria “não tem auxiliar de serviços gerais” e “faltam canetas”.

A lei federal 9.504 proíbe agentes públicos de usar materiais ou serviços custeados por governos ou casas legislativas para fins eleitorais. 

As servidoras foram ao evento PSDB Mulher no último sábado (18), que teve como protagonista João Doria. A estimativa inicial era de 1,5 mil pessoas, mas, segundo o blog do partido, estiveram lá 4,2 mil pessoas, a maioria mulheres.

Veja vídeo do evento:

Participou do encontro da sigla Mônica Calazans, enfermeira e primeira vacinada do Brasil. Também esteve lá Yeda Crusius, presidente do PSDB Mulher e ex-governadora do Rio Grande do Sul. Ela governou o estado de Eduardo Leite, rival do governador de São Paulo nas prévias da sigla.

O DCM questionou a Prefeitura de Ourinhos sobre o caso e se houve liberação de recursos públicos, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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Modus operandi do PSDB

Em 2002, funcionários de um programa financiado pelo governo de São Paulo foram pressionados para fazer campanha política a favor de José Serra e Geraldo Alckmin. 

Servidores do projeto Parceiros do Futuro tiveram de participar da campanha sob pena de demissão, segundo a Folha. À época, cerca de 60 funcionários fizeram panfletagem.