O PT entrou com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado federal Junio Amaral (PL-MG), após ele divulgar um vídeo segurando uma arma e dizer que aguardava a “turma” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegar em sua casa. “Serão muito bem-vindos”, afirmou o parlamentar.
O vídeo de Amaral foi uma reação a fala de Lula durante evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na segunda-feira (4). O petista sugeriu que os sindicalistas mapeiem o endereço dos parlamentares e se dirijam às residências deles para “incomodar a tranquilidade”, pressionando-os com demandas sindicais.
“Então, se a gente (…) pegasse, mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas para a casa desse deputado… Não é para xingar, não, é para conversar com ele, conversar com a mulher dele, conversar com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele. Eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer manifestação em Brasília.” disse o ex-presidente.
A representação do partido, segundo reportagem do Estadão, afirma que a resposta do parlamentar foi “desproporcional, autoritária, odiosa, totalmente incompatível com o que se espera de um deputado federal”. O PT pede e a abertura de um processo ético disciplinar no conselho por quebra de decoro parlamentar.
“O representado responde à fala do presidente Lula fazendo expressa ameaça, consistente em receber, tanto o presidente, quanto eventuais cidadãos (manifestantes), com uma arma de fogo totalmente carregada, a indicar que poderia matá-los ou lesioná-los, de forma grave”, diz.
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PT alega em representação três crimes cometidos pelo deputado
A representação afirma que Amaral teria cometido crimes de ameaça, incitação ao crime e apologia de crime ou criminoso. “As ações do representado, além de criminosas, configuram verdadeiras exortações de ódio aos adversários políticos reais e/ou imaginários, o que não pode ser admitido”, diz o texto.
Amaral, disse em nota, que seu vídeo foi uma reação à ameaça que o ex-presidente teria feito aos deputados. “Apenas avisei que não submeterei a minha família à qualquer risco que algum dos terroristas queiram nos colocar”, disse. Para o parlamentar, não há no vídeo “qualquer fato” que caiba inquérito e imputação de algum crime. “O art 24 do Código Penal me garante defesa proporcional à mim e minha família, assim como meu direito de manifestar por isso. A casa é asilo inviolável de qualquer cidadão, conforme a Constituição Federal”, afirmou.