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“Recado de imparcialidade”: Dallagnol já explicou o que está por trás de ações como a contra Serra

Dallagnol na CNN: ofensiva na mídia para limpar a barra

A estratégia marqueteira da Lava Jato podia ser menos óbvia.

Deltan Dallagnol está há dois dias fazendo uma ofensiva incansável na mídia amiga para tentar salvar sua pele e a de sua turma.

O tour de force inclui Globo, Jovem Pan, Band, CNN, Veja, Rádio Gaúcha.

Não falou com a Gazeta de Santa Carraspana porque não foi procurado (antes que alguém pergunte, o DCM já tentou falar com DD, mas ele fugiu).

O apego obsessivo de Dallagnol à Lava Jato e a maneira como ela trata uma operação que não é dele, e sim do estado brasileiro, num sentido amplo, é um sinal de que há algo tremendamente errado.

O sujeito fala como se fosse o CEO de uma empresa. Cita a “sociedade” sem parar.

Ora.

Que sociedade? Quem lhe deu esse mandato? Me inclua fora dessa. Ele tem satisfação a dar ao Ministério Público Federal.

Existe um ordenamento jurídico. Não é ele quem determina a quem presta satisfação.

Dallagnol lança mão de vocábulos da moda para ver se emplaca. As acusações são “fake news”.

Há “um novo gabinete do ódio” contra nossos paladinos da moral.

Não por acaso, toda essa falação vem no bojo de uma blitz contra José Serra.

Como cavalo velho não aprende truque novo, estava tudo cantado. 

Vazamento do Intercept trouxe à tona um diálogo revelador sobre FHC. O ex-presidente aparecia em três delações.

Uma delas vinha do operador ligado ao MDB Fernando Baiano, por causa do suposto beneficiamento da empresa de um filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, em contratos com a petroleira.

O caso do filho de FHC foi mencionado no chat FT MPF Curitiba 3.

“Creio que vale apurar com o argumento de que pode ter recebido benefícios mais recentemente, inclusive com outros contratos … Dará mais argumentos pela imparcialidade”, defendeu Dallagnol.

Em 13 de abril de 2017, Deltan e Moro travaram a seguinte conversa:

Moro – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?

Moro – Caixa 2 de 96?

Dallagnol – Em pp sim, o que tem é mto fraco

Moro – Não estaria mais do que prescrito?

Dallagnol – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição

Dallagnol – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade

Moro – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante.

Deu para entender o caso Serra ou vai ser preciso um powerpoint?

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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