Rede de poder, golpes e massacres: a “nova geração” de gangues que domina o Equador

Atualizado em 10 de agosto de 2023 às 15:28
A facção criminosa Los Lobos. Foto: Reprodução

A facção criminosa Los Lobos, que reivindica o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, faz parte de uma “nova geração” de gangues do Equador, que tem uma complexa rede de poder e promove golpes e massacres. O político foi morto a tiros num evento de campanha nesta quarta (9), segundo o grupo, por não ter cumprido um acordo. A informação é da Folha de S.Paulo.

A Los Lobos possui cerca de 8 mil membros em várias prisões do país, segundo o observatório InSight Crime. A facção é aliada a outras duas, Tiguerones e Chrone Killers, e teria elos com organizações criminosas mexicanas.

Eles cresceram com a derrocada do cartel dominante na região, o Choneros, que perdeu força nos últimos 15 anos. A prisão e a morte de lideres do segundo grupo impulsionou uma guerra no país. Entre 2021 e 2022, o Equador teve uma explosão no número de homicídios, passando de 14 para 25 por 100 mil habitantes no período.

Grupo de criminosos armados reivindica assassinato de Fernando Villavicencio. Foto: Reprodução

Os Choneros ganharam força nos anos 2000 no porto de Manta, que recebia cocaína da Colômbia. Com a política de transferência de líderes e detentos perigosos, a organização criminosa se expandiu, teve um aumento de poder e intensificou conflitos com outras facções prisionais, como os Cubanos e os Lagartos.

A violência nos presídios também teve uma explosão nos últimos anos, passando de 49 assassinatos em centros de detenção do país em 2019 para 419 detentos mortos entre 2021 e 2022. Esses casos costumam ocorrer em massacres com machados, armas automáticas e granadas.

Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça nesta quarta, em Quito. Autoridades afirmam que outras nove pessoas ficaram feridas no atentado e seis pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento no caso. Um deles foi morto em troca de tiros com policiais.

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