Sarkozy destaca protagonismo de Lula e diz que Brasil é uma “potência do futuro”

Atualizado em 13 de outubro de 2023 às 21:24
Ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante o Fórum Internacional Esfera, em Paris. Foto: Reprodução

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy disse nesta sexta-feira (13) que o Brasil é o parceiro ideal para a França. Durante participação no evento Fórum Internacional Esfera, em Paris, o político citou o protagonismo internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Quando Dilma [Rousseff] era presidente, ela não tinha o protagonismo internacional de Lula. Podemos estar de acordo ou não com Lula, mas a sua vontade de levar a voz do Brasil ao mundo é incontestável”, disse Sarkozy, durante o painel “Brasil: o melhor negócio do mundo”.

“A França tem que agarrar essa oportunidade. O Brasil é uma grande potência demográfica e ignoram o poder político do Brasil”, completou.

Sarkozy, que governou a França entre 2007 e 2012, afirmou que o amigo ideal para o Brasil não pode ser potente demais, nem tão fraco demais. “Um amigo potente demais é um amigo por vezes perigoso; um amigo que não tem potência, ele é simpático para ir à praia, para jogar carta, falar da vida, mas politicamente não interessa. Brasil e França, nós somos feitos para trabalhar juntos”, declarou.

O ex-presidente da França ainda disse que instituições como a Organização das Nações Unidos (ONU) perderam relevância e criticou os Estados Unidos. “O sistema multilateral que conhecemos hoje é do século 20 e estamos no século 21. […] Onde está a Organização das Nações Unidas? Desapareceu. Quem dá importância para o que diz o secretário-geral das Nações Unidas?”, questionou.

“Os Estados Unidos são como um senhor que usa um sapato 63. Ele te esmaga com o sapato, te pisa em cima, ele levanta o pé e pergunta: o que você estava fazendo embaixo do meu sapato?”, afirmou.

Ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS

Sarkozy também usou uma analogia para afirmar que, quando Lula e ele eram presidentes, estavam em espectros políticos diferentes, mas se unidos poderiam representar uma grande força global.

“Lula e eu éramos como dois dedos de uma mão, mas vocês vão dizer: ‘Como assim?’ O Lula é de esquerda e eu nunca fui de esquerda, mas Lula dizia com razão: ‘Se nós reunirmos todos os meus amigos e os seus, reunimos 100% do planeta’”, disse.

O político ainda defendeu a maior participação de países emergentes nessas instituições, afirmando que o Brasil deveria ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Sarkozy citou o Brasil como uma “potência do futuro”.

“Evidentemente, o Brasil tem vocação para ser membro do Conselho. Não há nada mais urgente hoje do que o Brasil e a França assumirem a liderança para desenhar o que deveria ser um novo sistema multilateral do século 21, que possibilite falar e resolver questões mundiais”, destacou.

A declaração foi dada no Fórum Esfera Internacional, organizado pelo grupo Esfera Brasil. Nesse mesmo evento, o ex-presidente francês disse que o ministro Luis Roberto Barroso, presidente do STF, estaria pronto para assumir “uma outra presidência”, sugerindo que ele poderia candidatar-se na sucessão presidencial.

 

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