VÍDEO: “Somos solidários à Rússia”, diz Bolsonaro a Putin

Atualizado em 16 de fevereiro de 2022 às 9:55
Jair Bolsonaro em Moscou
Jair Bolsonaro em encontro com Vladimir Putin.
Foto: Reprodução

No encontro com o presidente russo Vladimir Putin em Moscou, nesta quarta-feira (16), Jair Bolsonaro mandou um recado aos EUA. “Somos solidários à Rússia”, afirmou o chefe do Executivo brasileiro. A viagem presidencial ocorre em um momento de enorme tensão no país, com uma possibilidade real de conflito armado com a Ucrânia.

Bolsonaro se disse “honrado” pelo convite e afirmou que os dois países têm “muito a colaborar em várias áreas”.

“Estou muito feliz e honrado pelo seu convite. Somos solidários à Rússia. Muito a colaborar em várias áreas. Defesa, petróleo e gás, agricultura. As reuniões estão acontecendo. Tenho certeza que até mesmo essa passagem por aqui são o retrato para o mundo de que nós podemos crescer muito com as nossas relações bilaterais”, disse o mandatário da República ao russo.

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Putin: “Brasil é o principal parceiro comercial” da Rússia na América Latina

Na resposta, Putin disse que é uma “alegria” receber Bolsonaro e que o Brasil é o “principal parceiro comercial” da Rússia na América Latina.

“Estamos retomando as relações que foram interrompidas pela pandemia. Os principais ministros dos seus governo visitaram Moscou. Hoje, foi realizado um encontro com os ministros das Relações Exteriores e da Defesa. Trabalhamos ativamente nos fóruns internacionais. É uma alegria recebê-lo e espero que nosso encontro seja produtivo. O Brasil é o principal parceiro comercial na região da América Latina. Bem-vindo”, afirmou o presidente russo ao lado de Bolsonaro.

Estavam presentes dois intérpretes também no encontro entre os líderes. Os dois presidentes devem conceder uma coletiva de imprensa após a conversa.

Bolsonaro está com Putin porque foi esnobado por Biden, diz New York Times

Em reportagem publicada no jornal The New York Times nesta terça-feira (15), os jornalistas Jack Nicas e 

A viagem presidencial ocorre em um momento de enorme tensão na região, com uma possibilidade real de conflito armado com a Ucrânia.

Leia um trecho da reportagem:

Durante a presidência de Donald Trump, os Estados Unidos e o Brasil estiveram mais próximos do que nas últimas décadas. Mas quando o presidente Joe Biden chegou à Casa Branca, ele não procurou Bolsonaro, que havia questionado publicamente se Biden havia vencido a eleição de 2020 e estava fazendo seus próprios esforços para minar o próximo pleito no Brasil.

No final das contas, Bolsonaro começou a pedir às autoridades dos EUA um convite para Washington ou pelo menos um telefonema do novo presidente, de acordo com dois altos funcionários dos EUA que insistiram no anonimato porque não estavam autorizados a falar publicamente. Bolsonaro alertou que, se não ouvisse o presidente Biden, buscaria uma cúpula com outra potência mundial, disseram as autoridades.

O Sr. Putin na época estava fazendo propostas mais intensas para o Sr. Bolsonaro. Os dois presidentes discutiram uma potencial expansão do comércio e acordos sobre ciência e segurança, disseram as autoridades dos EUA.

Então, em dezembro, sem nenhum telefonema de Biden e tensões crescentes na Europa Oriental, Bolsonaro aceitou o convite de Putin para Moscou. A Casa Branca não ficou feliz. Autoridades de alto escalão dos EUA entraram em contato duas vezes com o governo de Bolsonaro para transmitir sua preocupação de que era um momento ruim para viajar a Moscou, dadas as negociações em andamento sobre a Ucrânia.

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