Suprema Corte vai avaliar constitucionalidade do “megadecreto” de Milei em fevereiro

Atualizado em 29 de dezembro de 2023 às 17:15
O presidente da Argentina, Javier Milei. Foto: Luis Robayo/AFP

A Suprema Corte da Argentina vai avaliar a constitucionalidade do “megadecreto” do presidente Javier Milei, que começou a vigorar nesta sexta (29). O tribunal analisa o pedido do governador da província de La Rioja, Ricardo Quintela, que faz parte da oposição ao mandatário de extrema-direita.

Quintela afirmou que seus advogados formalizaram uma ação pedindo que o decreto seja declarado inconstitucional. Ele ainda solicitou que a Justiça emitisse medida cautelar suspendendo todos os efeitos das medidas de Milei até que seja expedida uma resolução definitiva sobre o tema.

O Decreto de Necessidade e Urgência de (DNU), como é chamado o pacote de medidas, “lesa gravemente o federalismo, a institucionalidade da República, e coloca em um estado de vulnerabilidade o conjunto da sociedade argentina em seus direitos trabalhistas, sociais, econômicos e culturais”, segundo Quintela.

A Corte anunciou que “estudará as questões submetidas à decisão depois do recesso”, em fevereiro de 2024, e negou o pedido cautelar contra o decreto. O pacote de medidas de Milei estabelece mais de 300 reformas em setores da economia e desregulamenta preços de combustíveis, de planos de saúde privados e tarifas de gás, água e energia.

Protesto contra “megadecreto” de Milei na Plaza Lavalle, em Buenos Aires, nesta quarta (27). Foto: Luis Robayo/AFP

O “megadecreto” mexe também com a legislação trabalhista do país, tema de grande preocupação para centrais sindicais da Argentina, que já organizaram um protesto nesta quarta (27) e anunciaram uma greve geral para janeiro do próximo ano.

O novo governo argentino apresentou o DNU ao Congresso do país no dia 21 e o texto será avaliado por parlamentares no começo do ano que vem. Para ser derrubado, precisará ser rejeitado pela Câmara e pelo Senado.

Milei defende o “megadecreto” como uma forma de desregulamentar a economia e dar mais espaço para que a iniciativa privada invista no país.

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