Publicado originalmente no perfil de Facebook do autor
POR NICHOLLAS MARTINS
Trabalho desde 2007 em uma unidade hospitalar pediátrica de alta complexidade.
Isso me levou a conviver intensamente com questões de vida e de morte, com a concretização das esperanças de dias melhores e também com a morte.
Essa que chega sorrateira e mostra a verdade nua e crua: somos seres para a morte, não importa a idade.
O desespero de mães, o desconsolo de pais, o vazio experimentado por irmãos e avós. A Ausência se torna maior do que qualquer presença.
O uníssono da pergunta: por que? Como viver depois disso?
Por isso sinto uma dor imensa ao ver tantas pessoas comemorando a morte de uma criança, neta do Presidente Lula.
Constatamos, com horror, que o Brasil e os Brasileiros falharam.
Somos um povo hostil e primitivo, que ainda age como degredados perdidos em um continente selvagem.
Não há Carnaval. Há apenas cinzas em uma quarta-feira chuvosa, sem fim.
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