Estudo no Amazonas com a morte de 200 voluntários é violação de direitos humanos, diz Unesco

Atualizado em 11 de outubro de 2021 às 6:52
Estudo da proxalutamida foi criticado pela Unesco
Pesquisadores apresentam dados da proxalutamida em apresentação de slides à imprensa, no dia 11 de março, em Manaus; da direita para a esquerda: Ricardo Zimerman, Flávio Cadegiani, Luís Alberto Nicolau, Andy Goren e Daniel Fonseca. Foto: Reprodução/YouTube

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura) considera a denúncia de 200 mortes de voluntários em pesquisa clínica no Amazonas uma violação de direitos humanos. A entidade se refere à pesquisa clínica com a proxalutamida e diz que é uma das infrações éticas mais graves e sérias da história da América Latina.

A declaração ocorreu neste sábado (9), na Rede Latino-americana e Caribenha de Bioética, segundo a Folha. A denúncia foi feita pela Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) à Procuradoria-Geral da República (PGR).

A droga já foi defendida por Jair Bolsonaro como cura da covid-19, mas é um bloqueador de hormônio masculino e não teve eficácia comprovada. O uso da droga foi vetado pela Anvisa no início de setembro.

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Unesco diz que pesquisa é “ética e legalmente repreensível”

Segundo a Unesco, a pesquisa é “ética e legalmente repreensível”. Para a entidade, há ainda conflito de interesses. É gravíssimo, avalia, o estudo ter sido coordenado por pessoas vinculadas aos patrocinadores.

“É urgente que, em caso de irregularidades comprovadas, todos os atores sejam responsabilizados, não só de forma ética mas também legalmente, incluindo as equipes de investigação, as instituições e patrocinadores responsáveis, nacionais e estrangeiros.”, diz a Unesco.