Nesta sexta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (PL) confessou ter entregado “uma parte do poder” ao Centrão, bloco formado por partidos de centro e centro-direita. A declaração foi feita durante uma entrevista ao podcast “Paparazzo Rubro-Negro”.
O discurso ocorreu após o chefe do Executivo ser questionado sobre a contradição de se eleger no último pleito, em 2018, condenando e criticando duramente os parlamentares que compõem o bloco e depois ter se aliado a eles.
“O Centrão veio para o nosso lado e você não tem notícia de eu ter entregue diretorias de estatais, bancos oficiais, ministério pra eles. Foi um comportamento um pouco pesado no começo. Uma parte do poder entreguei, não vou negar para vocês. O segundo escalão. Entregamos e botamos pessoas para vigiar”, afirmou.
Logo em seguida, o presidente disse que o centrão está muito mais alinhado e com “a cara dele”. “O tal do Centrão, uma forma pejorativa de se dirigir a muitos paridos, está muito mais com a minha cara do que o Centrão de antigamente. Isso que saiu das urnas”.
O ex-capitão ainda negou a possibilidade de negociar e montar uma aliança com siglas de esquerda: “Você tem o Centrão, uns 300 e poucos deputados, e tem a esquerdalha (PT, PCdoB, PSol e Rede). Com esse pessoal dá para negociar? Não dá”. E completou: “Eu não posso governar sem o Congresso. Eu não posso governar por decreto”.
Vale destacar que, durante campanha eleitoral em 2018, o general Augusto Heleno, cantou uma paródia do samba “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, do cantor Bezerra da Silva, trocando as palavras “ladrão” por “Centrão”. “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”.
Confira:
Bolsonaro assume ter entregado “uma parte do poder” ao Centrão.
“Uma parte do poder entreguei, não vou negar para vocês. O segundo escalão. Entregamos e botamos pessoas para vigiar”, afirmou o presidente em entrevista a um podcast.#Eleicoes2022 pic.twitter.com/wPBNAMVJFC
— Metrópoles (@Metropoles) October 14, 2022