Presente no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suiça, nesta quarta-feira (17) para a sua primeira agenda internacional, o presidente da Argentina, Javier Milei, contou, em entrevista à GloboNews, como ele espera que seja a relação de seu país com o Brasil, presidido por Lula (PT) a quem ele já acusou de ser um socialista e prometeu cortar relações durante sua campanha em 2023.
“Vamos continuar tendo uma relação adulta”, respondeu brevemente à reportagem brasileira. Depois, ao ser questionado se ele acredita que será uma interação difícil, afirmou que “nada é fácil nessa vida”. “Queríamos que fosse. Precisamos tratar de fazê-la fácil. Vamos seguir mantendo as relações comerciais, aprofundando os laços comerciais e trabalhar juntos para entrar na OCDE”, finalizou.
Milei também discursou no evento econômico. Em sua fala de 22 minutos, Milei afirmou que o Ocidente enfrenta perigos devido às ideias socialistas abraçadas por líderes globais.
“O Ocidente está em perigo porque, nos países que deveriam defender o liberalismo, a defesa da propriedade e a liberdade, estão abrindo as portas para o coletivismo”, alertou o presidente argentino.
Em uma das primeiras decisões internacionais de Milei, ele enviou uma carta ao Brasil expressando a decisão de recusar a entrada do país no Brics.
Segundo informações obtidas pela GloboNews, Milei afirmou não considerar oportuna a adesão ao bloco dos países emergentes, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, apesar do convite estendido à Argentina e a outros cinco países em agosto deste ano.
Caso aceitasse o convite, a Argentina formalizaria sua adesão a partir de 1º de janeiro de 2024. Milei mencionou na carta que algumas decisões tomadas pela gestão anterior, como a criação de uma unidade especializada para a participação ativa no Brics, seriam revistas.
“Algumas decisões tomadas pela gestão anterior (do ex-presidente Alberto Fernández) serão revisadas. Entre elas, encontra-se a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país (Argentina) no Brics (…)”, escreveu Milei.
A carta, recebida em Brasília em 22 de dezembro, foi encaminhada aos líderes dos demais membros do Brics.
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