A Polícia Federal encontrou um cofre lotado de dinheiro em operação contra aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A corporação cumpriu na manhã de hoje mandados de prisão e de busca e apreensão em investigação sobre desvio de dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Investigadores apuram fraudes na compra de kits de robótica para prefeituras e suspeitam que o esquema gerou prejuízo de R$ 8,1 milhões. Um dos alvos da operação, que cumpriu 26 mandados de busca e dois de prisão temporária, tinha um cofre superlotado de dinheiro. O vídeo com a apreensão foi divulgado pela PF:
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Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão realizadas pela Polícia Federal, contra aliados de Lira, foi encontrado um cofre com dinheiro vivo.
Mas a dúvida é: por que guardavam medicação para disfunção erétil no cofre? ?pic.twitter.com/l2IPrN63cW
— Camarote da República (@camarotedacpi) June 1, 2023
A investigação começou em 2022 para apurar aquisições em municípios de Alagoas, que eram feitas com contratos assinados com uma mesma empresa pertencente a aliados de Lira. O pedido de buscas e prisões foi feito pela PF em março e as ordens, expedidas pela Justiça Federal de Alagoas.
Os kits foram comprados com recursos bilionários das emendas do relator, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lira era o responsável por controlar e distribuir este tipo de verba.
A empresa que fornece os kits de robótica é a Megalic, que funcionava em uma casa pequena no bairro de Jatiuca, em Maceió, e tinha capital social de R$ 1 milhão. A companhia foi intermediária nas negociações e fechou contratos milionários, de ao menos R$ 24 milhões.
A Megalic está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD). O político e seu pai são próximos do presidente da Câmara. Além da empresa, outros aliados de Lira em Alagoas foram alvos da operação.