Zelensky suspende partidos de oposição na Ucrânia alegando “ligações com a Rússia”

Presidente da Ucrânia decidiu suspender a atividade de partidos como o Bloco de Oposição, e os de esquerda

Atualizado em 20 de março de 2022 às 13:33
Zelensky
Zelensky. Foto. Sergei SUPINSKY. AFP.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou neste domingo (20) a suspensão da atividade de vários partidos políticos com supostas ligações com Rússia, enquanto está em vigor na Ucrânia a lei marcial. Essas informações foram dadas em um vídeo que circulou nas redes sociais.

Na gravação divulgada esta madrugada na página oficial da Presidência ucraniana na Internet, Zelensky diz que decidiu suspender a atividade de partidos como o Bloco de Oposição, a Oposição de Esquerda, a União das Forças de Esquerda e o Partido Socialista Progressista da Ucrânia. Ao todo, foram suspensas as atividade de onze agremiações.

Os partidos de extrema direita continuam a pleno vapor.

A lei marcial foi imposta em 24 de fevereiro, dia em que a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia. O Ministério da Justiça é instruído a “tomar imediatamente medidas abrangentes para proibir as atividades desses partidos políticos da maneira prescrita”, acrescentou.

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O que disse Zelensky?

“Agora todos devem cuidar dos interesses do nosso Estado”, disse o presidente ucraniano. “Quero lembrar a todos os políticos em qualquer campo: o tempo de guerra mostra muito bem a pequenez das ambições pessoais daqueles que tentam colocar as suas próprias ambições, o seu próprio partido ou carreira acima dos interesses do Estado, dos interesses do povo”, acrecentou Zelensky.

Qualquer atividade de políticos “com o objetivo de dividir ou colaborar [com a Rússia] não terá sucesso. Mas terá uma resposta”, alertou o líder ucraniano.

Após esta decisão, o líder do parlamento federal russo (Duma), Vyacheslav Volodin, acusou Zelensky de dividir a sociedade.

“Zelensky, sendo principalmente um artista e ator, cometeu outro erro: com a sua decisão, dividiu a sociedade”, escreveu o presidente da Duma na rede social Telegram, citado pela agência noticiosa russa TASS.

Vyacheslav Volodin lembrou que “existem partidos parlamentares entre os partidos políticos” alvo da medida e defendeu que Zelensky deveria ter dialogado com as formações em causa.

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