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Caso Allan dos Santos: O que acontece após o pedido de extradição

Allan dos Santos está nos Estados Unidos; Moraes pediu para que blogueiro bolsonarista seja extraditado – Foto: REUTERS/Adriano Machado

“Extradição instrutória“ é a atual condição do pedido do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que acompanha a solicitação de prisão preventiva do blogueiro Allan dos Santos. Após ser alvo de operações, ele deixou o Brasil e teria entrado em julho nos Estados Unidos, com visto de turista que está vencido desde fevereiro.

A definição da Extradição se dá por ser uma ordem de prisão, mas que ainda não existe condenação. Os próximos passos do processo seguirão o disposto no Tratado de Extradição entre o Brasil e os Estados Unidos, promulgado em 1965.

Moraes deve então encaminhar a ordem para a autoridade central, que no caso é o Ministério da Justiça. É esse o órgão que irá conversar com o seu homólogo nos Estados Unidos, para viabilizar a extradição. Como a ordem é de prisão, a informação já foi passada para a Polícia Federal, que por sua vez repassou a solicitação para a Interpol, a polícia internacional.

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E agora? O que acontece com a extradição?

Uma corte americana receberá e analisará o pedido, que não passará pela Suprema Corte, que nos EUA cuida apenas de questões constitucionais. Quem se encarrega, então, é o braço da Justiça federal na jurisdição onde Allan dos Santos se encontrar.

Esse órgão da Justiça federal então irá analisar se os pressupostos do Tratado entre o Brasil e os Estados Unidos estão sendo cumpridos. Entre outras coisas, o órgão irá avaliar se o pedido partiu de uma autoridade competente e se não ocorreu alguma ilegalidade no processo e na ordem de prisão.

O Tratado traz as situações em que a extradição poderá ser negada. Se não se encaixar, a extradição dependeria de uma análise da Justiça americana quanto à natureza jurídica da infração, se de caráter político ou não.

Por estar ilegalmente nos EUA, os processos podem se acelerar. Mesmo sem que o pedido tenha sido formalizado, Allan dos Santos poderia ser preso preventivamente e extraditado. Outra opção seria que os Estados Unidos simplesmente decidissem deportá-lo. Nesse caso, não se trataria de uma extradição, que depende de um acerto entre países.

Victor Dias

Victor Dias, 23. Jornalista. Trabalha no DCM desde 2020. Amante de esportes, política, degustação de comidas, musculação, filmes e series. Gosta de viajar e jogar tênis nas horas vagas, além de editar vídeos e participar de campeonatos competitivos de FIFA, desde 2017.

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