Aziz diz que Bolsonaro cometeu crimes “sérios” na pandemia, mas descarta genocídio

Atualizado em 20 de outubro de 2021 às 6:30
Veja o Omar Aziz
À mesa, presidente da CPIPANDEMIA, senador Omar Aziz (PSD-AM) passa álcool gel nas mãos.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Omar Aziz afirmou que Jair Bolsonaro cometeu crimes sérios durante a pandemia, mas descarta genocídio. Segundo o presidente da CPI da Covid, o presidente cometeu crime contra a humanidade e charlatanismo. Para ele, o mandatário só deve ser acusado de crimes que possuam evidências consistentes para evitar questionamentos.

“A grande preocupação em relação ao genocídio é que se você já tem crime contra a humanidade, já é um crime muito grande, e esse já foi provado e ‘desprovado’ por ele. O Bolsonaro fez aglomerações propositadamente, o Bolsonaro pregou a imunização de rebanho, pregou medicamento não comprovado, foi charlatão prescrevendo medicamento sem eficácia… Então, ele tem crimes sérios, só que o genocídio é muito mais sério que isso tudo”, diz.

Em entrevista ao Globo, que ocorreu antes da retirada do crime de genocídio e homicídio qualificado do relatório final, Aziz afirmou: “O meu medo é esse crime ser arquivado no futuro e os outros dizerem ‘está vendo, eles estavam errados'”.

Ao justificar sua motivação para pedir a retirada do crime da lista de indiciamentos, ele afirma que “genocídio é um planejamento proposital para extinguir uma etnia”. Lembra do genocídio turco, na Bósnia e completa:

“Houve planejamento de extinguir índios? Não. ‘Ah, eles permitiram que o homem branco entrasse’. Espera aí, não permitiu. O índio não fica na maloca, ele sai. Índio não mora em maloca, ele mora em casa. Quando chegaram as vacinas, para quem foi primeiro distribuído? Para os índios, a primeira e a segunda dose”.

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Aziz se manifesta contra indiciamento de Flávio Bolsonaro

Para o presidente da CPI da Covid, não há “prova factível” de que Flávio cometeu o crime de advocacia administrativa.

“O cara participar de uma reunião por vídeo para tratar do que eles falaram que estavam tratando ali. Eu não vejo mal nenhum nisso aí, todos os parlamentares fazem. Advocacia administrativa seria se ele dissesse ‘eu quero que essa empresa ganhe porque não sei o quê”, mas não é isso aí”, diz.