Barroso diz que qualquer tentativa de golpe de Bolsonaro foi sepultada

Atualizado em 17 de fevereiro de 2022 às 6:29
A imagem de Barroso com Moraes
Ministro Roberto Barroso durante sessão plenária do STF. Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF (11/03/2020)

O jornalista José Marques entrevistou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, na Folha de S.Paulo. O mesmo ministro deu entrevista para a GloboNews.

Barroso deixará a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na próxima terça (22), após os quase dois anos em que organizou uma eleição municipal ainda no primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, criou uma comissão de transparência com um indicado das Forças Armadas e fez parcerias com redes sociais para evitar compartilhamentos de fake news.

“Eu acho que o Sete de Setembro foi bem o sepultamento do golpe. Compareceram menos de 10% do que se esperava, quer dizer que a extrema-direita radical no Brasil é bem menor do que se alardeava, as policiais militares não aderiram, nenhum oficial da ativa relevante deu qualquer apoio àquele tipo de manifestação.

O presidente compareceu, fez um discurso pavoroso, golpista, de ameaças a pessoas a ofensas. Disse ‘não vou cumprir decisão judicial’ e, dois dias depois, mudou completamente o discurso, procurou as pessoas que ele tinha ofendido para conversar… De modo que eu acho que ali se relevou que a sociedade brasileira não aceitaria nada diferente”, disse o ministro para o canal de notícias da Globo.

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Barroso rechaça ataques de Bolsonaro

Para a Folha de S.Paulo: “O dano dos ataques que o presidente Jair Bolsonaro tem feito ao sistema eleitoral pode ser revertido? 

Eu acho que a percepção crítica do sistema eleitoral é de uma parcela muito pequena da população. O próprio Datafolha fez a pesquisa e deu pouco mais de 20%.

Portanto, o presidente falando todos os dias contra o sistema gerou desconfiança em pouco mais de 20% da população. Certamente, gente que não conviveu com todas as fraudes que havia no tempo do voto em papel.

Quando o sr. assumiu o TSE, estava preparado para tantos ataques, inclusive pessoais, do presidente da República ou esperava uma postura mais institucional? 

A gente tem de viver a vida como vem. Eu não tinha muitas previsões e trato ataques pessoais com a pouca relevância que eu acho que eles merecem. Mas reagi imediatamente aos ataques institucionais, no tom que me parecia próprio.

O presidente deve ser responsabilizado por esses ataques, na sua visão? Eu optei por não entrar com ação penal, queixa-crime [contra o presidente], por muitas razões, mas a principal é que eu não trato isso como uma questão pessoal.

A democracia foi a causa da minha geração e eu me mobilizo para defendê-la, mas eu não paro para bater boca. Acho que algumas pessoas são espiritualmente desencontradas, mas eu não dou a elas o poder de me tirar do meu centro.

Mas e em relação aos ataques institucionais, não só pessoais? Nesses, onde havia acusações falsas de fraude, o Tribunal Superior Eleitoral fez uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal para apuração.

Depois, fiz outra notícia-crime quando do vazamento de dados da arquitetura do TSE que estavam em inquérito sigiloso da Polícia Federal.

Essas apurações vão ter conclusão em breve? Quem conduz os inquéritos é o ministro Alexandre de Moraes”.

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