Um pedido médico enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) atestava que Cleriston Pereira da Cunha, bolsonarista que morreu na segunda-feira (20) no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, sofria de inúmeras sequelas causadas pela Covid-19.
No documento, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira relatou que o bolsonarista era tratado há oito meses no setor de reumatologia do Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal, “por quadro de vasculite [inflamação de vasos sanguíneos] de múltiplos vasos e miosite secundária à Covid-19”.
A profissional disse ainda que Cleriston ficou internado por 33 dias em 2022 para tratamentos de pulsoterapia e antibioticoterapia.
Em fevereiro, o advogado Bruno Azevedo de Souza, que representa o bolsonarista, disse que a prisão do cliente seria uma “sentença de morte” e pediu que a Justiça concedesse liberdade provisória, o que foi negado naquele momento.
Ao pedir a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, a defesa alertou para a “saúde debilitada” do patriota. “Ele já sofreu graves danos e grandes sequelas em razão da covid-19. Depende da utilização de bastantes medicamentos, que nem sequer são oferecidos pelo sistema penitenciário”, afirmou Souza.
Segundo o advogado, Cleriston também sofria de diabetes e hipertensão e utilizava medicação controlada.
No dia 17 de julho, a médica assinou um segundo relatório com as mesmas informações e pediu celeridade no julgamento do bolsonarista na Suprema Corte: “Em função da gravidade do quadro clínico, há risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos agilidade na resolução do processo legal do paciente”.
O ministro André Mendonça, do STF, negou o habeas corpus de soltura do bolsonarista embasando sua decisão em questões processuais e técnicas, sem fazer menção às condições de saúde de Cleriston.