Bolsonaro não leu a prova do ENEM: “Não tem paciência para grandes leituras”, diz aliado

Atualizado em 17 de novembro de 2021 às 13:23
Bolsonaro enem
Bolsonaro não tem o costume de fazer grandes leituras

O governo Bolsonaro foi acusado de interferir na prova do Enem. Mas pessoas próximas garantem que o presidente não teve acesso. Isto porque ele não fez a mínima questão em ler as perguntas, porque não gosta de leituras longas.

“O presidente não tem paciência para grandes leituras. A preferência dele é um jornal, uma revista. Muito difícil ele ler um livro, por exemplo. Ele gosta mesmo é de ver TV e falar no WhatsApp”, afirmou um aliado da base do Centrão.

Porém, o deputado que não quis ser identificado, acredita que o governo interferiu na prova. “Todo mundo no Congresso tem convicção que teve interferência. Agora é preciso descobrir quem foi. Alguém vai ter que assumir a responsabilidade”, comentou.

Questionado sobre como o Centrão irá agir para apagar o “incêndio”, o parlamentar foi firme: “Somos da base do governo, mas tudo tem limite. Se provar que alguém interferiu, vai ter que responder. É assim que funciona”, explicou.

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Bolsonaro e o Enem

O governo Bolsonaro cortou questões do próximo Enem. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) passou a imprimir a prova previamente. O procedimento é inédito e não foi adotado em anos anteriores. Com isso, mais pessoas tiveram acesso ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) antes da aplicação. A informação é do Estado de S. Paulo.

Quem examinou a primeira versão foi o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Oliveira, que está no cargo desde maio. 24 questões foram retiradas da prova após “leitura crítica”. Algumas dela foram consideradas “sensíveis”.

A retirada de questões da prova para deixá-la com a “cara” do governo, deixou o Enem descalibrado. O exame tem uma quantidade de questões consideradas fáceis, médias e difíceis. 13 das questões suprimidas foram reinseridas após constatar que houve mudanças no nível de dificuldade.

Segundo servidores, Danilo Dupas, atual presidente do instituto, deixou claro que a prova não poderia ter perguntas consideradas inadequadas pelo governo. A pressão é entendida por servidores como um assédio moral. Relatam ainda que a pressão atual já levou a autocensura dos grupos que escolhem as questões.

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