Cinco momentos para lembrar Braga Netto que houve Ditadura Militar no Brasil

Atualizado em 17 de agosto de 2021 às 19:44
Braga Netto mentiu. Teve ditadura no Brasil – Foto: Reprodução

Braga Netto participou de audiência na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (17). Durante o evento, o ministro da Defesa afirmou que não houve Ditadura Militar no Brasil.

Por conta disso, o DCM resolveu mostrar cinco fatos que comprovam que houve ditadura.

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Confira como Braga Netto está equivocado:

Vladimir Herzog

No dia 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir foi encontrado morto. E a informação inicial dada pela Ditadura Militar era que ele tinha se suicidado. Na época, os ditadores torturavam e matavam as vítimas. Para não assustarem o povo, diziam que elas desapareciam, se suicidavam ou eram atropeladas.

Porém, em 1978, o juiz federal Márcio Moraes responsabilizou o governo federal pela morte de Herzog. O magistrado pediu apuração do caso, só que nada foi realizado. Em setembro de 2012, o registro do jornalista foi retificado. Sendo assim, passou a constar que a “morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)”. Em 2018, Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência na investigação do assassinato de Vladimir.

AI-5

A Ditadura Militar fez 17 grandes decretos enquanto esteve no poder. O AI-5 foi o mais duro de todos, emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968.

Isso fez com que parlamentares que eram contra os militares perdessem mandatos. Ocorreram intervenções do presidente nos municípios e estados. Além de suspensão de garantias constitucionais, o que acabou levando muita gente a sofrer tortura.

Estudantes

Estudantes universitários sofreram com a Ditadura Militar. O Movimento Estudantil se tornou um símbolo de resistência contra os militares, mas foram perseguidos. Com reivindicações e protestos, influenciaram os rumos da política nacional.

Crianças mortas e torturadas

Nem mesmo as crianças escaparam da crueldade e covardia dos militares. Um livro feito pela Comissão da Verdade de São Paulo reuniu depoimento de 40 pessoas sobre o tema. “Aquilo foi uma violência muito forte para mim”, contou uma das vítimas.

Artistas e arte perseguidos

Artistas foram perseguidos e foram exilados, como são os casos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre tantos outros. Autores de teatro se transferiram para TV por ter uma maior proteção, mas também tinham que seguir as regras da censura.

Em 1975, por exemplo, a Ditadura Militar desautorizou a Globo a exibir a novela Roque Santeiro. Isto porque eles escutaram uma conversa em que Dias Gomes assume que criticaria o governo de forma disfarçada. Dez anos depois, a trama foi ao ar e se tornou um sucesso.