Carlos Bolsonaro deve depor à PF nos próximos dias sobre “Abin paralela”

Atualizado em 29 de janeiro de 2024 às 14:26
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). Foto: Adriano Machado/Reuters

Nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal anunciou que deve convidar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para prestar depoimento no âmbito da Operação Última Milha, uma investigação sobre o suposto uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em atividades de espionagem ilegal.

O vereador, alvo de uma nova fase da operação da PF, tem o direito de depor em até 3 dias, já que é investigado por envolvimento em organização criminosa, segundo a GloboNews.

A investigação envolve a suspeita de que assessores de Carlos solicitavam informações ao ex-diretor da Abin e atual deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem. As buscas autorizadas nesta segunda-feira abrangeram a residência do vereador e a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, além de locais em Angra dos Reis, Brasília, Formosa (GO) e Salvador.

Carlos, que estava em uma lancha no momento da chegada da PF à sua residência em Angra dos Reis, só apareceu no local por volta das 11h e ainda não se pronunciou sobre a operação.

Aledxandre Ramagem e Carlos Bolsonaro. Foto: reprodução

O vereador, em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio, desempenhou um papel central nas campanhas de seu pai à Presidência da República. Durante o mandato de Jair Bolsonaro, Carlos atuava como chefe do chamado “gabinete do ódio”, uma estrutura paralela que atacava adversários e instituições por meio de notícias falsas.

Esta operação é uma continuação da ocorrida na última quinta-feira (25), quando Ramagem foi alvo de buscas. Naquela ocasião, foram apreendidos 6 celulares e 2 notebooks, inclusive um pertencente à Abin. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que o bolsonarista usou a Abin para espionagem ilegal em favor da família Bolsonaro.

Entre os alvos da operação estavam autoridades e desafetos, incluindo o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias e as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.

A decisão de Moraes destacou que o monitoramento também visava favorecer Jair Renan e Flávio Bolsonaro em investigações das quais eram alvos. Flávio negou qualquer favorecimento em entrevista. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, anunciou que pedirá ao STF a lista de parlamentares monitorados pela Abin.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link