Como Bolsonaro quer evitar prisão de Carlos: “Manda o processo pro Kassio, pô”

Atualizado em 24 de setembro de 2021 às 22:25
Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro tirando foto juntos
Bolsonaro quer proteger Carlos – Foto: Reprodução

Bolsonaro percebeu que o maior problema judicial da sua família é o que envolve Carlos. O 02 é apontado como o responsável pelo crime de peculato na Câmara Municipal do Rio. E o presidente quer que o processo seja levado para os tribunais de Brasília. Se possível, que caía na mão do Kassio Nunes.

Conforme apurou o DCM, o chefe do executivo federal ficou muito irritado com as informações envolvendo seu filho. Ele falou para interlocutores que precisava protegê-lo. Na visão dele, Carluxo é o herdeiro mais frágil, até mais do que Laura, de apenas 10 anos.

O governante entende que Carlos não suportará ficar preso. Por isso precisa encontrar alguma forma de livrá-lo da situação. Por causa disso, conversou com pessoas próximas e escutou alguns conselhos. Aliados garantem que é preciso o caso parar na Justiça de Brasília.

A situação de Flávio ficou parada no Supremo. Kassio Nunes é o responsável por analisar o processo. Só que, aparentemente, o ministro não demonstra qualquer pressa. Inclusive, não é segredo para ninguém que o presidente da República gosta do magistrado.

Sendo assim, declarou aos advogados da família e para Carlos que é preciso que tudo se resolva em Brasília. “Manda o processo pro Kassio, pô”, chegou a afirmar em uma das conversas.

Bolsonaro é acusado por opositores de querer proteger seus filhos da cadeia. Não por acaso, ele já interferiu na Polícia Federal para livrar Flávio. Apesar de se preocupar com todos, quem causa maior medo nele para ser preso é Carlos.

Esse medo não é porque o presidente é um pai amoroso. Também não é porque acredita que será uma injustiça a prisão. O chefe do Executivo sabe que o vereador do Rio é o filho mais frágil. Então acredita que Carlos não suportará ficar preso e poderá fazer delações. O DCM deu todos os detalhes do assunto no começo de setembro.

É de conhecimento público que, emocionalmente, Carlos é o filho mais instável. Flávio, por exemplo, é quem melhor se articular nos bastidores. Renan gosta de ser um influencer. Eduardo não sabe extamente o motivo que o fez entrar na política. Apenas vai levando.

Já Carlos é diferente. Ele vive política. Tanto que é tratado pelo pai como o principal responsável pela vitória dele. Em 2010, foi o rapaz que passou a buscar informações de como funcionavam as redes sociais. Montou estratégias para popularizar a imagem de Bolsonaro. Inclusive, é acusado por opositores de montar e liderar o gabinete do ódio.

Porém, é quem mais brigou com o pai. Tanto que já deixou o presidente sem a senha dos próprios perfis na web. Brigou com a madrasta, não conversa com Renan e vive arranjando briga na internet. Todos sabem que o temperamento dele é um pouco pior que do chefe do Executivo.

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Carlos Bolsonaro é frágil

Só que Carlos é quem também tem o comportamento mais frágil. Em 2000, quando disputou o cargo de vereador pela primeira vez contra a mãe, sentiu o baque. Pessoas próximas dizem que ele ficou traumatizado com a situação.

É também quem mais sofre com as notícias de corrupção em torno da sua família. E é quem tem apresentado mais medo em ser preso. Sua pouca participação nas redes nos últimos dias é uma prova.

Bolsonaro já pediu que sua equipe tente blindar Carlos. Não é por morrer de amores por ele, apesar de demonstrar que o vereador é seu favorito, depois de Laura. Mas é que o presidente tem medo que o 02 abra a boca e leve todos a ruína de vez.