Sem autocrítica, Cunha chama Dilma de pandemia e defende golpe

Atualizado em 12 de março de 2022 às 17:00
Eduardo Cunha em foto
Ex-deputado, condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, disse que acha “muito engraçado o ódio dos petistas”. Foto: Reuters/U. Marcelino

Inconformado com o veto do Progressistas a sua filiação, o ex-deputado federal Eduardo Cunha usou as redes sociais, nesta sábado (12) para destilar veneno contra o Partido dos Trabalhadores. Um dos principais articuladores do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Cunha escreveu que se orgulha “de ter aberto o processo de impeachment que tirou Dilma e o PT do governo”.

Ainda segundo o deputado cassado, os petistas podem “espernear a vontade”, pois quem “tirou a boquinha deles, inclusive desses blogs tipo 247, fui eu mesmo”. Como se não bastasse, o ex-deputado, condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, disse que acha “muito engraçado o ódio dos petistas”.

Cunha usou as redes para lançar ofensas a ex-presidente ao dizer que Dilma “era uma pandemia”. “Agora imaginem só a Dilma com pandemia e guerra ao mesmo tempo. A Dilma por si só já era uma pandemia”, acrescentou.

Leia mais:

1- Eduardo Cunha questiona “consultoria” de Moro: “Seria condenado a vários crimes”

2- Nelson Barbosa diz como Cunha e a Lava Jato barraram a recuperação da economia com Dilma

3- Eduardo Cunha quer ser candidato nas eleições 2022

Entenda as intenções políticas de Eduardo Cunha

Embora tenha tido seu mandato cassado em 2016, Cunha deseja voltar à Câmara dos Deputados caso consiga anular as condenações na Justiça. Ele quer concorrer a deputado federal por São Paulo.

O ex-presidente da Câmara já foi filiado ao Progressistas entre 1995 e 2003 e desejava regressar ao partido com ajuda do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).

A filiação de Cunha, no entanto, foi vetada por integrantes do partido, temendo que o ingresso de Cunha nas fileiras do partido pudesse ameaçar a eleição de outros filiados a deputado federal.

Cunha também estava contando com o apoio de Arthur Lira (PP), um dos dez deputados que votaram contra sua cassação em 2016 (450 votaram a favor).

Dilma Rousseff fala em esperança após posse de Boric

Enquanto Eduardo Cunha destila seu veneno, a ex-presidente Dilma Rousseff usou suas redes sociais, neste-sábado (12) para mostrar os registros da sua presença na posse do novo presidente chileno, Gabriel Boric.

Segundo ela, a pose e Boric “é a maior vitória do povo chileno desde a deposição de Allende”, escreveu. Ainda segundo ela, os atos de 2019, a aprovação da constituinte e ascensão de um governo progressista, têm o poder de enfrentar a “herança maldita neofascista de Pinochet e seu conluio com o neoliberalismo de Friedman”.

Segundo Dilma, todo esse movimento traz esperança não apenas para o Chile, mas aos povos da America Latina que lutam contra o neoliberalismo e o fascismo. “Que tenha êxito no governo e consiga encaminhar para um grande avanço”, acrescentou.